Ontem estreou nos cinemas brasileiros Trash - A Esperança Vem do Lixo, produção do Reino Unido e brasileira que traz o encontro histórico entre dois grandes atores ícones do nosso cinema: Wagner Moura e Selton Mello. É bem verdade que os dois estiveram no elenco de Nina, há dez anos atrás, mas, desta vez eles se encontram como dois dos maiores nomes do nosso cinema. Com inegáveis talentos individuais, ambos construíram uma sólida carreira em nosso cinema, trafegando por vários gêneros, dando shows em cada um deles e ainda nos presenteando com personagens memoráveis e inesquecíveis. Os caras são tão moral que, no meio da modinha sem fim das comédias bobocas, só o nome de um deles no cartaz, é garantia de público, independente de gênero. Aproveitando o encontro histórico nas telonas, o Top 10 de hoje é justamente sobre esses dois ícones do nosso cinema. Mais uma lista que passei a semana queimando os neurônios. Vale salientar que listei com base em todos os filmes que assistir de ambos até hoje, portanto, estando de fora o novo filme, e também trabalhos elogiadíssimos pela crítica como Cidade Baixa e O Cheiro do Ralo.
10. Meu Nome Não é Johnny (2008).
Iniciamos nossas lista com um dos trabalhos mais memoráveis de Selton Mello, nesta cinebiografia de gosto duvidoso, já que narra a trajetória do bandidinho Mauricinho João Guilherme Estrella (nosso cinema ama glorificar figuras reais de índoles duvidosas). Simplesmente, Selton arrebenta com uma atuação, o que torna o filme e até mesmo o cinebiografado mais interessante do que realmente são.
9. Deus é Brasileiro (2003) e A Mulher Invisível (2009).
Os verdadeiros bons atores trafegam livremente pelos gêneros, dando show de atuações. No decorrer de suas filmografias, Wagner Moura e Selton Mello provaram isso por várias vezes. O primeiro roubou a cena do veterano Antônio Fagundes, como o figuraça Taoca na comédia dramática Deus é Brasileiro, do alagoano Cacá Diegues. Já Mello não fica atrás e nos fez rir em um pouco mais de ocasiões que o colega, como veremos no decorrer desta lista. Um dos destaque é a comédia romântica A Mulher Invisível onde interpreta Pedro um cara que se apaixona por uma mulher imaginária vivida por Luana Piovani. Os dois voltaram aos seus respectivos personagens, num curtíssimo seriado baseado no filme.
8. Guerra de Canudos (1997).
Outra característica de um grande ator é se destacar num elenco de grandes atores mesmo com um papel secundário. Num elenco que conta com o saudoso José Wilker (20/08/1947 - 05/04/2014), Paulo Betti, Marieta Severo, Claudia Abreu e José de Abreu, Selton Mello, em seu quarto trabalho nas telonas, não faz feio e se destaca como o Tenente Luís na super-produção épica do nosso cinema Guerra de Canudos. Primeiro trabalho de destaque do ator nas telonas que só contribuiu para que ele se tornasse um dos ícones do nosso cinema.
7. Ó Pai, Ó (2007).
Num elenco de rostos desconhecidos super-talentosos, onde boa parte consegue ofuscar o protagonista, ninguém menos que Lázaro Ramos, Wagner Moura aparece pouquinho, mas, o que não o impede de dar um show de atuação como o figuraça trambiqueiro Boca. No micro-seriado baseado no filme, Moura é substituído por outra fera, Matheus Nachtergale, que também dar um show de atuação, por pouco não ofuscando Moura, empatando tecnicamente com ele.
6. Serra Pelada (2012).
Outro filme que Wagner Moura tem uma participação curta, porém, inesquecível. Mesmo não sendo o protagonista, Moura rouba a cena, irreconhecível fisicamente, como o figuraça porra-louca Lindo Rico em Serra Pelada, filme que também foi um dos produtores. Se o filme surpreende por ser realmente melhor do que esperado, com a presença deste grande ícone do nosso cinema torna-se ainda melhor e mais divertido.
5. Carandiru (2003).
Se Selton Mello conseguiu brilhar num elenco de grandes como coadjuvante em Guerra de Canudos, Wagner Moura também teve seu momento de se destacar num grande elenco. No fodástico Carandiru de Hector Babenco, simplesmente arrebenta roubando a cena como Zico, um prisioneiro que vive doidão na noia a ponto de num momento de alucinação, mandar para a terra do pé-junto seu melhor amigo, vivido por Caio Blat. Num filme que é lembrado pela atuação excepcional e marcante de Rodrigo Santoro como o travecão Lady Di, Moura não faz feio e também nos presenteia com um show de atuação, uma dos melhores de sua carreira.
4. O Palhaço (2011).
Não acredito que exagero ao afirmar que O Palhaço é o nosso O Circo de Chaplin, junto com Os Saltimbancos Trapalhões. Uma comédia dramática, sensível, cativante, onde Selton Mello simplesmente dar um show na frente e por trás das câmeras. Disparado, um dos melhores filmes brasileiros de todos os tempos. Mérito duplo para Mello que atua e dirige este filmaço inesquecível.
3. Lisbela e o Prisioneiro (2003).
Sou suspeito para falar desta comédia de Guel Arraes, que Selton Mello estrela ao lado da gatíssima e excelente atriz Débora Falabella. Os dois dão um show de atuação, com uma química perfeita, num elenco que conta com atuações inspiradíssimas e marcantes de Marco Nanini, Virginia Cavendish, Bruno Garcia, André Mattos e Tadeu Mello. Um filmaço tão bom e divertido que até perdoamos Caetano Veloso e Elza Soares assassinando dois clássicos melosos da música realmente popular, com versões horríveis e sofríveis.
2. O Auto da Compadecida (2000).
E mais uma vez Selton Mello ganha seu lugar ao sol, no meio de um elenco excepcional formado por grandes atores. Num elenco formado por Matheus Nachtergale, Marco Nanini, Fernanda Montenegro, Diogo Vilela, Lima Duarte, Denise Fraga, Luis Melo, Chico Diaz, Bruno Garcia, os saudosos Rogério Cardoso (07/03/1937 - 24/07/2003) e Paulo Goulart (09/01/1933 - 13/03/2014), Mello não somente se destaca como também imortalizou o personagem criado pelo saudoso Ariano Suassuna (16/06/1927 - 23/07/2014). Impossível não pensar em Chicó e não lembrar da excepcional atuação de Mello, que, na minha humilde opinião, é a melhor de sua carreira. Como ele conseguiu este feito? Não sei, só sei que foi assim.
1. Tropa de Elite (2007) e Tropa de Elite 2 - O Inimigo Agora é Outro (2010).
Se Selton Mello tem Chicó como um personagem ícone memorável não somente em sua filmografia, mas também do nosso cinema, Wagner Moura tem o seu. Sem sombra de dúvida o fodão Capitão/Coronel Nascimento é dos personagens mais inesquecíveis do nosso cinema. Impossível não olhar para Moura e não lembrar do personagem que é totalmente diferente do seu interprete, em todos os sentidos. Disparado,até agora, o melhor e mais inesquecível trabalho de Moura.
Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.
Se Selton Mello tem Chicó como um personagem ícone memorável não somente em sua filmografia, mas também do nosso cinema, Wagner Moura tem o seu. Sem sombra de dúvida o fodão Capitão/Coronel Nascimento é dos personagens mais inesquecíveis do nosso cinema. Impossível não olhar para Moura e não lembrar do personagem que é totalmente diferente do seu interprete, em todos os sentidos. Disparado,até agora, o melhor e mais inesquecível trabalho de Moura.
Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.
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