Filmes.
O terrível e caríssimo preço de um diamante.
Leonardo DiCaprio é um astro hollywoodiano muito paparicado pela crítica, mas que não me convence como ator. Apesar de sempre está engatando um projeto diferente atrás do outro, com exceção da supreendente atuação, ainda garotão, em Gilbert Grape - Aprendiz de Sonhador, seu desempenho interpretativo oscila em esforçado e o velho piloto automático, algo típico de atores preguiçosos ou péssimos (sinceramente, não sei se DiCaprio é um bom ator dominado pela preguiça de um astro hollywoodiano milionário ou simplesmente é uma péssimo ator que foi contagiado pelo carisma de Jonhny Deep, seu colega em Gilbert Grape e uma vez na vida, atuou de forma brilhante.). Mas, em compensação, é inegável que algo DiCaprio sabe fazer muito bem, principalmente nos últimos anos, é escolher perfeitamente seus projetos, pois sempre está marcando presença em ótimos filmes, como no caso do interessantíssimo Diamante de Sangue, que o SBT exibe na noite deste sábado, na Sessão Cine Belas Artes.
A trama desta super-produção de 2006 dirigida pelo talentoso Edward Zwick (que nos presenteou com épicos memoráveis como Tempos de Glória, O Último Samurai, entre outros filmaços), se passa em Serra Leoa, no final da década de 90, onde o país vive uma terrível guerra civil, com conflitos constantes entre o governo e a Força Unida Revolucionária (FUR). Quando uma tropa da FUR invade uma aldeia da etnia Mende, o pescador Solomon Vandy (Djimon Hounson, ótimo) é separado de sua família e encontra um preciosissimo diamante cor-de-rosa e o esconde. Na prisão conhece Danny Archer (Leonardo DiCaprio, péssimo), um ex-mercenário que vive do contrabando de diamantes, que ouve um integrante da FUR acusar Solomon de ter escondido o diamante e se interessa pela tal pedra. Ao deixar a prisão Danny faz com que Solomon também saia, propondo-lhe um trato: que ele mostre onde o diamante está escondido, em troca de ajuda para que possa encontrar sua família. Solomon não acredita em Danny, já que descaradamente um mal caráter, mas, desesperado para ver sua família, aceita o acordo. Os dois são acompanhados de perto por uma jornalista (Jennifer Connelly, competente) que investiga o que está acontencendo no país. Paralelamente, vemos o que acontece com um dos filhos de Solomon, recrutado forçadamente para atuar num exército de pirralhos da FUR.
O filme tem um excelente roteiro que dosa perfeitamente a ação frenética, o suspense e principalmente, nos leva a refletir sobre o preço terrível e caríssimo de um diamante. Peca apenas em alguns, mas poucos, exageros, ao tentar enaltecer o antipático personagem secundário de DiCaprio que, aliás, foi ofuscado por ótimas atuações de um elenco competente, principalmente Djumon Hounson, este sim o grande ator do filme e merecedor da indicação do Oscar pela sua brilhante atuação (DiCaprio, inexplicavelmente, também foi indicado).
Com uma trama envolvente e ótima direção Diamante de Sangue é mais que um filmaço emocionante indicado a cinco Oscar, conduzido por um ótimo diretor e com um elenco afiadíssimo. Mas, antes de tudo isso, é um alerta importantíssimo para o mundo inteiro do terrível preço de um diamante. Em síntese, uma obra-prima dos dias atuais para ser vista e revista, como também refletida infinitas vezes, a que ponto o ser humano trata os seus semelhantes e valoriza um pedaço de mineral. Imperdível!
Rick Pinheiro.
Cinéfilo.
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