quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

SESSÃO NOSTALGIA: TRILOGIA DE VOLTA PARA O FUTURO.

Na madrugada de segunda para terça, tive mais uma noite insônia. Ao invés de pegar na minha DVDteca um filme ruim, como os estrelados atualmente por Steven Seagal e Van Damme,  inventei de assistir ao box da excelente trilogia De Volta para o Futuro. Aí é que o sono foi embora de vez.

Incrível como não se fazem mais filmes como antigamente! E olhe que não tão antigamente assim, já que o primeiro filme desta fantástica trilogia acabou de completar apenas 25 aninhos. Fico com dó desta nova geração que tem tão poucas opções de boas e divertidas séries cinematográficas. Falta de criatividade ou preguiça de queimar neurônios? Com a palavra, os roteiristas e produtores hollywoodianos.

Deixando de lado este presente sombrio, vamos ao passado, comentando esta excepcional trilogia, dirigida pelo competente diretor Robert Zemeckis (que anos depois teve seu talento reconhecido, recebendo o Oscar pelo excelente filme Forrest Gump: O Contador de Histórias), que também assina o roteiro junto com Bob Gale, e tem a produção executiva, de ninguém menos, do mestre Steven Spielberg, na época no auge da sua carreira.

O primeiro De Volta para o Futuro é um show à parte, destes momentos cada vez mais raro na sétima arte. Na trama somos apresentados ao jovem Marty McFly (Michael J. Fox, dando um show de interpretação) e seu amigo, o cientista doidão Emmet Brown (Christhpher Lloyd, simplesmente brilhante), que constrói uma máquina do tempo num Delorean (apenas um dos vários merchandising do filme). Acidentalmente, o jovem McFly viaja no tempo, indo a 1955, onde atrapalha o primeiro encontro dos pais, tendo que fazê-los se encontrarem, ou sua existência neste mundo já era, a tempo que precisa contacta o Dr. Brown, para que ele o envie de volta a 1985.

Excelente em todos os sentidos: interpretações magistrais, roteiro inteligente, ação initerrupta, humor na dose certa, De volta para o futuro é um dos melhores filmes da história do cinema, e que não se esgotou com o tempo. Particularmente, na madrugada passada, me peguei torcendo para que o abestardo do George McFly (interpretado de forma brilhante por Crispin Glover, que foi cortado das duas continuações por exigir um salário mais alto que do protagonista Michael J. Fox) desse um soco no vilão Biff (o carismático Thomas F. Wilson, que infelizmente, depois da série praticamente sumiu) e finalmente beijasse Lorraine Baines (a talentosa Lea Thompson, musa teen dos anos 80, em sua melhor interpretação) no baile Encanto Submarino, e na eletrizante cena da volta para o futuro, onde por pouco raios (literalmente falando) de segundo, não ficaria preso para sempre em 1955, mesmo já tendo assistido várias vezes. 

Em síntese, com elenco de excelentes atores, roteiro criativamente excepcional e um diretor de primeira, De volta para o futuro é um filme excepcional que, com ou sem continuação, marcou para sempre a história do cinema.

Evidente que, com todo sucesso e o excelente material em mãos, a continuação seria inevitável. Três anos após o lançamento, começaram a filmar ao mesmo tempo as duas sequências. Em 1989, De volta para o futuro parte II, estreiou no cinema. A trama, que para muitos é bastante confusa, mas que para mim foi mais um show de criatividade dos roteiristas Zemeckis e Gale, começa onde o primeiro filme terminou. Curiosamente, a cena teve que ser refeita, já que a apagada atriz Claudia Wells, que interpretou Jennifer, a namorada de McFly, por não conseguir uma boa perfomance para atuar como a personagem mais velha, foi substituída pela excelente atriz Elisabeth Shue, outra musa dos anos 80, que antes de entrar na série, tinha atuado em vários filmes, com destaque Karate Kid, onde viveu a Ali, namorada do protagonista Daniel Laruso.

Na história do segundo filme, McFly viaja a 2015, onde precisa evitar que o seu filho caçula, que é a sua cara cagada e cuspida, se meta com uma gangue e cometa um crime, onde será preso. Na viagem, McFly cai na tentação de levar uma lembracinha do futuro, um livro que conta todos os resultados esportivos do século passado, mas é impedido pelo Dr. Brown. Mas o vilão Biff, rouba a ideia e volta a 1955, entregando a si próprio mais novo. Quando a nossa dupla de heróis volta a 1985, encontra a pequena cidade de Hill Valley, mergulhada no caos, tendo Biff, agora trilionário, dominando tudo. Então, precisam voltam a 1955, precisamente no último dia que o herói no primeiro filme estava por lá, para pegar e destruir o tal livro.

A continuação consegue algo impressionante: ser tão boa quanto o original, mantendo a criatividade do roteiro, a ação e o humor. Melhor mesmo que o primeiro são as atuações, já que os excelentes atores a partir deste filme tem a chance de interpretar seus personagens em idade diferentes e também outros parentes do mesmo. Michael J. Fox, neste filme, além de interpretar McFly jovem e aos 47 anos, ainda dar vida aos dois filhos do personagem. Já Lea Thompson tem a chance de interpretar três facetas da sua pesonagem Lorraine, o mesmo feito de Thomas F. Wilson e seu personagem o vilão Biff, e que de quebra, ainda dar vida ao seu truculento neto biônico.

Curiosamente, somente agora reparei que, desde do primeiro filme, um dos membros da gangue de Biff é o talentoso ator Billy Zane, que após interpretar o vilão de Titanic, não fez nada que valesse a pena assistir, afundando sua carreira em filmes classe "Z". Até nos coadjuvantes, a série manteve o nível de interpretação.

Além das interpretações,  a continuação supera o primeiro filme nos efeitos especiais, montagem e maquiagem, que impressionam bastante, convecendo os espectadores e fazendo-os viajar pelo tempo junto com os personagens. Em síntese: uma continuação digna do original e tão boa quanto o mesmo.

Um ano depois foi a vez da viagem através tempo de McFly e Dr. Brown encerrar, no último filme De Volta Para o Futuro Parte III, que para mim é o mais fraquinho da série. É nitidamente percebível que ação é um pouco reduzida, numa trama que se passa no velho oeste, onde o McFly vai ao encontro do seu amigo Brown, para tentar convencê-lo de voltar com ele. Só que o velhote está bem nesta época, namorando uma professora e tudo. Mas  não sabe que está prestes a se ferrar nas mãos do terrível pistoleiro Buford "Mad Dog" Tannen, ancestral do vilão tradicional da série Biff.

O pró do filme é que se perde muito tempo com o namoro entre o Dr. Brown e a professora sem graça, deixando de lado a ação, que só acontece praticamente nos minutos finais, com um duelo entre Mad Dog e Clint Eastwood (McFly adota no velho oeste o nome do famoso ator/diretor) e na cena da volta para o futuro.

Apesar de inferior as filmes anteriores, este filme consegue dar um bom desfecho a série, com direito a mensagem ("fazemos o nosso futuro"). De forma inteligente, como nunca visto na história do cinema, a série encerrou no auge, completando um círculo, não dando brecha a continuações fajutas, feitas apenas para ganhar dinheiro, como ocorre constantemente no cinemão norte-americano.

A trilogia De Volta Para o Futuro é insuperável, e dificilmente seremos brindados com uma série tão cheia de atributos como esta. Merece ser vista e revista, e com certeza, jamais cansará nenhum espectador. Digo por experiência, já que tive outra noite de insônia, desta empolgado em partilhar e recomendar a vocês que não deixem de ter em sua coleção este marco da história do cinema.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo saudosista de excelentes filmes.


Michael J. Fox e Christopher Lloyd:
Química perfeita nunca vista no cinema.


A dupla de protagonistas em vários momentos da trilogia:
talento dos dois somado ao excelente roteiro e efeitos especiais garantiram o sucesso da série.


A musa dos anos 80 Lea Thompson:
Com o seu talento, provou que não era apenas um rostinho lindo,
sendo  também é responsável pelo sucesso da trilogia.


McFly, as minhas roupas e os meus cabelos são os mesmos, mas o meu rosto...
Claudia Wells foi substituída, no papel de Jennifer Parker,
pela talentosa musa dos anos 80 Elisabeth Shue.


McFly marcou a história da música fundando o Rock.
Já o seu intérprete Michael J. Fox marcou a história do cinema.
Operação Cupido com os próprios pais, antes mesmo de nascer:
McFly é um cupido trapalhão e eficiente, nunca visto na história do cinema.

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