segunda-feira, 11 de maio de 2020

RECORDAR É REVER: ROOKIE, UM PROFISSIONAL DO PERIGO.

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco. / Coco do Cachorrão= Preciso mesmo dizer?.

Rookie, Um Profissional do Perigo (The Rookie).
Produção estadunidense de 1990.

Direção: Clint Eastwood. 

Elenco: Clint Eastwood, Charlie Sheen, Raul Julia, Sônia Braga, Tom Skerrit, Laura Flynn Boyle, entre outros.

Blogueiro assistiu no extinto Cinema São Luiz (Maceió), em home vídeo (VHS), na TV aberta (SBT) e no streaming (HBO GO).

Sinopse: Depois de dois anos de serviço, o jovem policial David Ackerman (Sheen) consegue sua transferência para Divisão de Roubo de Carros, sendo designado para trabalhar com o veterano Nick Pulovski (Eastwood), que está muito puto e com sangue nos olhos para vingar a morte do parceiro de longas datas (Hal Williams) por Storm (Julia), líder de uma quadrilha especializada em roubo de veículos.

Comentários: Provavelmente, uma das duplas mais improváveis e aleatórias da sétima arte é formada pelo veterano Clint Eastwood e o porra-louca na ficção e na vida real Charlie Sheen. Segundo o que foi noticiado na época, essa parceria inusitada só aconteceu por Eastwood atender um pedido do amigo Martin Sheen, pai de Charlie, que queria evitar que ele se metesse em problemas, algo que hoje sabemos que não adiantou muito. E a parceria rolou neste filme que, aparentemente, o eterno Dirty Harry deixa de ser imitado para ser imitador, pegando carona na modinha da época dos filmes com dupla policial (provavelmente, por pressão do estúdio), neste filme malhadíssimo pela crítica na época. E injustamente, não porque o filme seja a oitava maravilha do mundo, mas, por não compreenderem a proposta.

Eastwood é um cara inteligente, e portanto, sabia muito bem na tranqueira que estava se metendo. É inegável que Rookie, Um Profissional do Perigo tem um péssimo roteiro, que traz uma trama que não se leva a sério e serve como desculpas para a ação descerebrada correr solta, juntamente com um festival de vergonhas alheias, sendo a maior delas, sem sombra de dúvida, a sequência grotesca em que o personagem de Eastwood é "estuprado" pela vilã que quase entrou muda e saiu calada vivida pela nossa Sônia Braga (quem tirou sarro do Rodrigo Santoro em As Panteras Detonando, com certeza, não viu o cúmulo do ridículo, do mico e da vergonha alheia que a atriz passou na citada cena). Tinha tudo para ser mesmo uma bosta, mas, aí é que entra a genialidade de Eastwood.

Sabendo do material ruim que tinha em mãos, Eastwood deve ter ligado o modo "foda-se!", e simplesmente entrega um divertido filme testosterona da época, que consegue ser mais cara de parceria Warner e Cannon que Stallone Cobra, mesmo que a saudosa produtora B não tenha tido nenhum envolvimento aqui (na época, já estava à beira da falência). Rookie é praticamente é uma paródia do gênero, com um elenco claramente entendendo sua proposta e caindo na gaiatice, com atuações propositalmente canastronas (suspeito que os atores se divertiram demais nos bastidores da filmagem). Por isso mesmo que acho que as críticas negativas foram por não entender que Eastwood quis apenas entregar um divertido filme de ação B descerebrado, algo que ele cumpre com muita eficiência. Portanto, se você curte filmes assim, Rookie é obrigatório e garantia de diversão certa. Cotação / Nota: 8,5.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.

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