domingo, 29 de dezembro de 2024

REENCONTRO SEM GRAÇA.

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco. /  = (Preciso mesmo dizer?).

O Auto da Compadecida 2.
Produção brasileira de 2024.

Direção: Flávia Lacerda e Guel Arraes.

Elenco: Selton Mello, Matheus Nachtergeale, Taís Araújo, Humberto Martins, Luis Miranda, Eduardo Sterblitch, Fabiula Nascimento, Virginia Cavendish, Enrique Diaz, entre outros.

Blogueiro assistiu na sala 3 do complexo Kinoplex Maceió em 29 de dezembro de 2024.

Sinopse
: Sequência de O Auto de Compadecida, inspirada na obra de Ariano Suassuna. Mais de vinte anos após os eventos mostrados no filme original, João Grilo (Nachtergeale) retorna à Taperoá, reencontrando seu grande amigo Chicó (Mello), e descobre que por causa dele, ganhou a fama de santo. Aproveitando a época das eleições municipais, onde a candidatura à prefeito está polarizada entre o coronel Ernani (Martins) e o comerciante Arlindo (Sterblitch), João Grilo resolve tirar vantagem dos dois, e para isso, conta mais uma vez com a ajuda do velho parça.

Comentários
: Sinceramente, não vejo necessidade nenhuma em se fazer uma sequência do merecidamente aclamado pelo público O Auto da Compadecida, filme baseado na obra-prima teatral do saudoso mestre Ariano Suassuna, que por sua vez, já era uma versão picotada de uma minissérie televisiva. Mas, com o estrondoso sucesso de bilheterias, era inevitável que isso acontecesse, e convenhamos, até demorou bastante, já que são absurdos vinte e quatro anos desde do lançamento do adorável e inesquecível filme. E meu ranço pela sequência que, realmente, eu não queria que rolasse, só aumentou quando saiu o trailer. Mas, enfim, como defendo que não devemos julgar obra nenhuma sem antes conferi-la, tentei deixar todas as minhas desconfianças de lado, e finalmente, fui encarar o filme.

Felizmente, o filme não é a merda que eu esperava. O estranhamento que eu tive ao ver no trailer que resolveram rodar tudo em estúdio, sem nenhuma locação numa cidadezinha nordestina, acaba não sendo o principal problema, e até certo ponto, a gente acaba se acostumando com a ambientação mais falsa que nota de R$ 3,00 do filme. Muito menos as atuações dos protagonistas Matheus Nachtergaele e Selton Mello, que parecem que nunca saíram dos seus icônicos e figuraças personagens. O grande problema está no fraco roteiro, que não apenas traz uma trama insossa, desinteressante (talvez se anunciarem que, como o primeiro, o filme seja uma versão picotada de uma futura minissérie, possa ser que esta traga uma melhora), mas, principalmente, resolve ficar na zona de conforto, não trazendo nada criativo e ainda apelando para repetições de situações do filme anterior, sem o mesmo brilho e humor. 
De fato, é muito triste ver uma sala de cinema lotada, principalmente de famílias inteiras, durante a projeção só rolarem algumas tímidas risadas em pouquíssimos momentos. Ficou clara ao final da sessão em que eu estava que a frustração com o filme foi geral. 

Enfim, O Auto da Compadecida 2 comprova que de fato é uma sequência desnecessária. Não chega a ser um desastre total, graças ao carisma de Mello e Nachtergaele, que garantem que a experiência ao menos seja nostálgica. Mesmo assim, apenas o fato de nos reencontramos nas telonas com Chicó e João Grilo não é o suficiente para termos pelos menos uma sequência satisfatória. Valha-me Nossa Senhora, Mãe de Deus de Nazaré! CotaçãoNota5,0.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.


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