domingo, 26 de janeiro de 2020

O DIVERTIDO E ÉPICO MARCO HISTÓRICO DA CW/DC.

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco. / Coco do Cachorrão= Preciso mesmo dizer?.

Crise nas Infinitas Terras (Crisis on Infinite Earths).
Produção estadunidense de 2019.

Direção: Jesse Warn, Laura Belsey, David McWhirter, Glenn Winter e Gregory Smith.

Elenco: Stephen Amell, Grant Gustin, Melissa Benoist, Caity Lotz, Brandon Routh, Ruby Rose, LaMonica Garrett, David Harewood, Jon Cryer, Tyler Hoechlin, Audrey Marie Anderson, Tom Cavanagh, Osric Chau, Elizabeth Tulloch, Candice Patton, Dominic Purcell, Chyler Leigh, Katie McGrath, Jesse Rath, Katherine MacNamara, Matt Ryan, Danielle Panabaker, Carlos Valdes, Hatler Sawyer, David Ramsey, Rick Gonzalez, Juliana Harkavy, Katie Cassidy, Jes Macallan, Nick Zano, Cress Williams, Robert Wuhl, Burt Ward, Will Wheaton, Erica Durance, Kevin Conroy, Tom Welling, Johnathon Schaech, Wentworth Miller (voz), Ashley Scott, Dina Meyer (voz), John Wesley Shipp, Tom Ellis, Ezra Miller, Marv Wolfman, Brec Bassinger, entre tanto outros (Ufa!).

Blogueiro assistiu online (site Seu Seriado) em 20 de janeiro de 2020.

Sinopse: Mega crossover anual das séries do Arrowverso, desta vez, baseado na clássica saga das HQs Crise nas Infinitas Terras. A anti-matéria vem destruindo todo o multiverso, e para que tudo não desapareça de vez, o misterioso ser intergalático Monitor (Garrett) convoca os heróis Oliver Queen (Amell), Flash (Gustin), Batwoman (Rose), Sara Lance (Lotz) e Ray Palmer (Routh) da Terra-1, e Supergirl (Benoist), Superman (Hoechlin) e J'onn J'onnzz (Harewood) da Terra-38, para unirem forças e enfrentarem a maior das ameaças já encarada em suas respectivas carreiras heroicas.

Comentários: Custou, mas, finalmente, chegou a hora de comentar o aguardadíssimo mega crossover Crise nas Infinitas Terras. Fiz questão de esperar uma semana após minha maratona da madrugada, a fim de baixar a empolgação, evitando assim, que eu soltasse uma porrada de spoilers, e também que interferisse na minha avaliação. E logo de cara, digo: por mais alta que tenha sido a minha expectativa, realmente, ela foi superada e fui surpreendido por diversas vezes, mesmo com spoilers importantíssimos pipocados, principalmente, alguns canais do YouTube, que cagaram para a grande parte dos fãs brasileiros que não assistiram e revelaram acontecimentos importantíssimos da trama nos títulos dos seus vídeos.

A História nos ensina que os grandes feitos são resultados de atitudes corajosas e ousadas. Isso se aplica também na cultura pop. Se a quase doze anos, a Marvel Studios ousou corajosamente e meteu às caras, dando ponta-pé ao grande marco divisório das adaptações das HQs, agora, foi a vez da rival DC dar outro salto histórico. E a grande surpresa é que este enorme passo revolucionário não partiu da divisão dos cinemas, mas, da emissora televisiva CW. O orçamento infinitamente menor e tanto outros empecilhos que separam num enorme abismo as produções cinematográficas e televisivas não foram barreiras para que a galera da emissora ousasse corajosamente em adaptar simplesmente a primeira e provavelmente até hoje maior saga das HQs de todos os tempos. E isso foi só o começo de tantas ações ousadas e corajosas.

Sendo sempre uma divertidíssima festa de arromba, desta vez, o já costumeiro mega crossover das séries que compõem o Arrowverse foi muito além, não se limitando apenas ao seu quadrado, mas, fazendo um delicioso passeio pela história das adaptações audiovisuais da DC, algo que, convenhamos, o genial Kevin Feige e toda sua equipe da Marvel Studios sequer pensou em fazer (desculpe por citar mais uma vez a "concorrência", mas, as comparações realmente são inevitáveis, e provavelmente, outras virão no decorrer da postagem). Da saudosa série sessentista galhofas Batman e Robin, passando pelas animações de todas as épocas, o Batman de Tim Burton até as atuais Raio Negro, Lúcifer, o universo da DC nos cinemas e a futura série da Stargirl, todos são devidamente referenciados, neste que, sem sombra de dúvida, é o maior fan service da história. E ainda com direito a dar ótimos desfechos ao Flash da série noventista e ao Clark e Louis Lane de Smallville, sendo que este, dividiu opiniões. Nem mesmo as pouquíssimas ausências sentidas como da eterna Mulher-Maravilha da telinha, Lynda Carter, da Supergirl das telonas Helen Slater, do Clark e Louis do seriado noventista, Dean Cain e Teri Hatcher (ausências também inexplicáveis, já que os quatro atores já participaram da série Supergirl) ofuscam esse momento histórico ímpar. A ousadia corajosa vai muito mais do que ser o maior fan service da história, já que um inesperado recado foi dado: todo universo DC que foi adaptado no decorrer das décadas está conectado.

Obviamente, que nada disso foi a toa. Assim como o UCM cada passo que culminou em Crise foi muito bem planejado, com toda dedicação, carinho e empenho para entregar aos fãs mais do que apenas um gigantesco festival de fan service. No decorrer dos anos, cada série do Arrowverse (principalmente The Flash e mais recentemente Arrow) foi uma grande preparação para esse marco épico e histórico. E o mais incrível é que não precisa gostar delas ou ter acompanhado cada episódio para assistir o crossover. Obviamente, que os fãs assíduos das séries irão se deliciar um pouquinho mais, mas Crise nas Infinitas Terras foi pensada e feita para todos os fãs da DC Comics. E por fãs, já que tanto o elenco fixo quanto as participações especiais, claramente, se divertiram para nos divertir.

Porém, nem tudo são flores em Crise nas Infinitas Terras. E não falo dos efeitos especiais capengas, que todo mundo ama descer o pau. Realmente, não me incomodaram em nenhum momento, provavelmente, por eu está acostumado com as séries do Arrowverse. Mas, deveriam ter um cuidadinho a mais com o roteiro. Se por um lado consegue acertar em cheio ao trazer uma trama acessível aos fãs não iniciados com as séries da CW/DC, adaptar bem a saga clássica dos quadrinhos e nas  participações especiais, por outro, deixa um pouco a desejar em levar a trama um pouco mais a sério e emocionante, pecando também por um ligeiro excesso de piadinhas e auto-referências. Mas, nem isso atrapalha, já que temos momentos emocionantes, empolgantes e memoráveis no decorrer de cada um dos cinco episódios do mega crossover.

A grande falha na verdade não veio nem da mega crossover mais do exibidor oficial brasileiro. Num total desrespeito aos seus assinantes, o canal Warner Channel fez a grande merda de exibir Crise desfalcada de um episódio inteiro, já que ainda não exibe a caçulinha série do Arrowverse, Batwoman. Justamente  o melhor episódio do evento, que traz o icônico dublador do Batman nas animações, Kevin Conroy, debutando em live-action no personagem, e a tão aguardada volta dos astros de Smallville, Tom Welling e Erica Durance. Porra, Warner Channel, custava esperar a aquisição de Batwoman? Conseguiu superar os crossovers partidos na TV aberta. Diante de uma cagada gigantesca dessa, me dica é que assista Crise nas Infinitas Terras num site pirata.

Enfim, deixando de lado a cagada homérica tupiniquim, o fato é que Crise nas Infinitas Terras é um marco épico nas adaptações das HQs. Com coragem e ousadia, superou todas as dificuldades, presenteando todos os fãs com uma espetacular e divertida adaptação de um arco histórico dos quadrinhos, fazendo jus. Uma prova viva que a premissa do nosso saudoso Glauber Rocha, "uma camera na mão e uma ideia na cabeça" é bastante atual, e se seguida à risca, pode gerar grandes obras memoráveis. Cotação / Nota: 9,0.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.

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