quinta-feira, 4 de junho de 2020

ENTRE MENTIRAS E SEGREDOS.

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco. / Coco do Cachorrão= Preciso mesmo dizer?.

13 Reasons Why - Terceira Temporada (13 Resons Why - Season 3).
Produção estadunidense de 2019.

Direção: Michael Morris, Jessica Yu, Bronwen Hughes, Kevin Dowling, Aurora Guerrero e John T. Kretchmer.

Elenco: Dylan Minnette, Grace Saif, Christian Navarro, Alisha Boe, Brandon Flynn, Justin Prentice, Miles Heizer, Brenda Strong, Amy Hargreaves, Ross Butler, Devin Druid, Timothy Granaderos, entre outros.

Blogueiro assistiu no streaming (Netflix) de 02 a 04 de junho de 2020.

Sinopse: Penúltima temporada da série baseada nos personagens do livro Os 13 Porquês, escrito por Jay Asher. Oito meses após o Baile da Primavera, onde evitou que Tyler (Druid) cometesse uma tragédia, Clay Jensen (Minnette) se mete em mais uma roubada. Seu desafeto e de uma porrada de gente, Bryce Walker (Prentice) toma chá de sumiço e dias depois aparece mortinho da Silva. A mãe dele (Strong) e a polícia passam a ter Clay como principal suspeito, e a partir de então, com a ajuda da novata Ani (Saif), passam a investigar quem de fato mandou o cara comer capim pela raiz. 

Comentários: Conversando virtualmente algumas semanas atrás com minha amiga Marta de Souza, chegamos a conclusão que o problema de boa parte das séries da Netflix é justamente não saber quando parar, espremendo ao máximo até a última gota. Um bom exemplo disso é a série 13 Reasons Why, que após uma boa adaptação do best seller Os 13 Porquês na primeira temporada (que com toda sinceridade, deveria ser a única), inventaram que seria o ponta-pé inicial de uma série, ganhando mais temporadas. Com a fonte principal trabalhada por completo na temporada estreia, apelaram para as tramas clichês que geralmente rende audiência. Foi assim na segunda temporada, apelando para o drama de tribunal, e na terceira temporada apelando para o bom e velho mistério policial "quem matou fulano?". Essa descaracterização em relação a temporada original, fez com que eu perdesse o interesse pela série após a desnecessária segunda temporada, a ponto de ignorar de tal maneira a temporada posterior a ponto de só lembrar da sua existência dela quando vi o trailer da quarta e, finalmente, última temporada da série, que estreia amanhã. 

Dando mais uma vez um gigantesco desconto e tentando ignorar totalmente a temporada original, tenho que admitir que até que a terceira temporada não é tão ruim assim. Consegue manter a atenção e o nosso interesse durante a maior parte, a ponto de maratonarmos numa boa. O grande problema está na teimosia dos realizadores em esticar a trama por absurdos treze episódios, com duração em média ainda mais absurda de aproximadamente uma hora. Isso acabou rendendo aos roteiristas muita queima de neurônios, que por um lado pisam feio na bola em algumas situações fracas, mal elaboradas como a lacração do ativismo feminismo, romances insossos e pistas que são jogadas num episódio e acabam sumindo por completo. 

Mas, por outro, tem alguns acertos principalmente quando toca em assuntos delicadíssimos como violência sexual, dependência química, homofobia causada por um homossexualismo enrustido e reprimido que acaba gerando uma não-aceitação e por tabela homofobia, o uso de bomba para definir o corpo. Uma pena que esses temas são jogados apenas para encher o caldo, e não são aprofundados devidamente, já que a trama central é descobrir quem é o assassino e suas motivações.

No final das contas, se esforçando ao máximo para encarar de boa a mudança da temática central de dramas juvenis (apesar que ainda marcam presença) para o mistério policial, chegamos a conclusão que a terceira temporada de 13 Reasons Why até consegue dar um novo fôlego e direcionamento a série, não cortando o cordão umbilical totalmente com sua fonte original, mas, pelo menos, deixando Hannah Baker finalmente descansar em paz (sem ser uma fantasminha camarada da temporada anterior), só sendo citada devidamente em momentos pontuais certeiros. Mas, sem deixar de aumentar ainda mais em nós a sensação de ser desnecessária, já que a série, como disse acima, deveria ter tido apenas a primeira temporada. Cotação / Nota: 6,5.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.

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