DO MENOR PARA O MELHOR: IRMÃOS KENDRICK.

Inicialmente limitado a um público específico, renegado a produções inspiradas no Livro do Apocalipse lançadas diretamente em home vídeo, o gênero gospel hoje ganhou espaço nas salas de cinema, e até conquistou Hollywood, que passou a lançar produções com elenco estrelar. Tudo isso só aconteceu graças a ousadia dos irmãos Alex (no centro da foto), Stephen e Shannon Kendrick, que se jogaram no mercado cinematográfico, e com produções simples, sem grandes astros, chamaram atenção para além do público religioso, faturando uma grana alta que várias  produções de grandes estúdios não conseguiram. Tudo começou com A Virada, filme de 2002 que bombou no mercado de home vídeo estadunidense, o que possibilitou a produzirem o fenômeno Desafiando Gigantes, filme que faturou mais de US$ 10 milhões nos Estados Unidos, um marco na indústria cinematográfica. A partir de então, o gênero ganhou um novo fôlego, e os irmãos pioneiros continuaram produzindo, lançando o quase clássico da Sessão da Tarde À Prova de Fogo, o policial Corajosos, e alcançaram mais uma grande marca com Quarto de Guerra, que com um orçamento de US$ 3 milhões, faturou incríveis US$ 70 milhões nas bilheterias estadunidenses.

Em comum, os filmes dos Kendrick trazem a mesma premissa e estrutura narrativa, com tramas que mesclam pé no chão na vida real com mensagens bíblicas e motivacionais, com Alex atuando na direção e como ator, geralmente, protagonizando, e os outros irmãos cuidando do roteiro e da produção junto com ele. Aproveitando a chegada aos cinemas brasileiros do mais novo filme do trio de irmãos, Mais que Vencedores, listaremos do mais fraco para os melhores todas os seus filmes produzidos até agora. Obviamente, a ordem aqui é de acordo com minha opinião e preferência pessoal, portanto, caso você discorde, te convido a orar por mim, e também a fazer sua lista e deixá-la nos comentários. Enfim, mais rápido que as coisas boas passam acontecer aos personagens de seus filmes, após a conversão e uma oração que fazem a Jesus, vamos a nossa abençoada lista.

6. A Virada.

O filme responsável pelo ponta-pé inicial dos Kendrick, e também da grande mudança no gênero gospel, acaba abrindo a nossa lista. O roteiro fraco e o claríssimo amadorismo da produção prejudicam bastante o resultado final. Não chega a ser uma bomba, e a precariedade até acaba divertindo e provocando involuntárias gargalhadas em vários momentos. Alex Kendrick debutando na dupla função de dirigir e protagonizar, dando vida a um vendedor de carros picareta, consegue ser eficiente nas duas funções, e o mais importante: passar a mensagem de forma clara, simples e objetiva.

5. Quarto de Guerra.

O quinto filme dos Kendrick, o primeiro a ser lançado nos cinemas aqui no Brasil, ainda é a maior bilheteria de sua filmografia. Uma pena que o filme, que tem um bom número de fãs por aqui, tenha uma trama tão fraquinha e esquecível. Arrastado e entendiante, só leva uma minúscula vantagem em cima do filme que abre nossa lista, por ser uma produção consideravelmente bem mais caprichada e profissional. Também não é uma bomba do gênero, mas, está infinitamente aquém do prometido. Até agora, um dos dois únicos filmes em que Alex Kendrick não é o protagonista.

4. Mais que Vencedores.

O sexto e no momento, último filme dos irmãos, chega com tudo, deixando para trás com larga vantagem o maior fenômeno de bilheterias dos Kendrick. Mesclando o drama com o motivacional esportivo do filme responsável pelo estouro definitivo dos irmãos, temos um bom filme não apenas do gênero gospel, mas, dos dois citados. Além do eficiente uso do clichê "superação de limites pelo esporte e pela fé", o filme traz mensagem de reconciliação e perdão familiar. A cereja do bolo é a  excelente trilha sonora, até agora, a melhor de todos as produções do "Kendrickverse".

3. À Prova de Fogo.

Provavelmente, o filme dos Kendrick mais exibido na TV brasileira. Com a moral em alta após o estouro, Alex tem a humildade de ficar apenas na direção, limitando-se apenas a uma minúscula ponta no final do filme. Para estrelar seu terceiro filme, os irmãos trataram logo de ir atrás e contratar um grande nome do gênero gospel, Kirk Cameron, o astro dos três primeiros Deixados para Trás, que aqui, entrega uma das melhores atuações de sua carreira Trazendo na trama uma espécie de Terapia do Amor, o filme não poderia ter recorrido a outro gênero que não fosse o dramalhão romântico melosinho. Mas, sem deixar de lado a ação, já que o personagem central é um bombeiro dos bons, que é um herói corajosíssimo que geralmente salva suas vítimas, mas, que não está conseguindo salvar seu próprio casamento. A mistureba de gêneros deu certo e o resultado é não apenas um dos melhores filmes dos Kendrick,  mas, de todo gênero gospel. 

2. Corajosos.

Se no terceiro filme, os Kendrick trouxeram um pouquinho da rotina dos bombeiros para o gênero gospel, no filme seguinte, foi a vez dos policiais. Alex volta ao protagonismo, mas, sem ser fominha, dividindo-o com os demais colegas, em mais um filme dos irmãos que vai além do gênero gospel. Quase perfeito, é prejudicado apenas por um número exagerado de sub-tramas, que se arrasta por mais de duas horas, que faz do filme, até agora, o mais longo dos Kendrick. Apesar disso, leva uma pequenina vantagem sobre o filme anterior, e assim come ele, consegue também ser um dos melhores do segmento gospel, indo além dele.

1. Desafiando Gigantes.

O grande responsável pelo estouro do trio de irmãos, o segundo filme continua firme e forte no topo do pódio tanto dos filmografia dos irmãos como também de todo o gênero gospel. E não é a toa. Temos aqui o casamento perfeitíssimo entre o gospel com outros gêneros. Desafiando Gigantes vai infinitamente além do gospel, sendo um filmaço que está entre os melhores também do sub-gênero drama esportivo. De quebra, traz uma das cenas motivacionais de superação mais impactantes de toda história. Insuperável até hoje, os Kendrick e outros realizadores de produções gospeis, vão ter que ralar e orar muito para chegarem ao nível de excelência apresentado aqui. Simplesmente, a primeira grande obra-prima do gênero.

Rick Pinheiro.

Cinéfilo alagoano.