= Excepcional. / = Muito bom. / = Bom./ = Regular. / = Fraco. / = (Preciso mesmo dizer?).
Produção estadunidense de 2023.
Direção: Scott Waugh.
Elenco: Jason Statham, Curtis "50 Cent" Jackson, Megan Fox, Dolph Lundgren, Tony Jaa, Iko Uwais, Andy Garcia, Sylvester Stallone, Randy Couture, Jacob Scipio, Levy Tran, entre outros.
Blogueiro assistiu na sala 2 do complexo Cinesytem Maceió em 21 de setembro de 2023.
Sinopse: Terceira sequência de Os Mercenários. Quando um grupo terrorista liderado pelo cruel Rahmat (Uwais) invade uma usina desativada na Líbia para roubar detonadores de uma bomba nuclear e começar a Terceira Guerra Mundial, os mercenários liderados por Barney Ross (Stallone) são enviados para deter o cara. Mas, a missão acaba falhando drasticamente e Lee Christmas (Statham) é forçadamente afastado do grupo. Quando este parte numa nova missão para deter Rahmat, Lee também não perde tempo e parte sozinho para acabar com a festa do malvadão.
Comentários: Só por realizar o nosso sonho de criança e adolescente dos anos 1980 e 1990 em ver juntos os maiores ícones de ação da nossa época, a franquia Os Mercenários merecia um fechamento digno dos excepcionais dois primeiros filmes. Foram nove anos de espera após o frustrante Os Mercenários 3 para conferimos um novo filme da franquia que reúne alguns dos maiores astros de ação de todos os tempos. Durante este tempo não faltaram rumores, notícias e teorias sobre um novo filme, que iam de um spin-off estrelado por Jason Statham até o retorno de Jean-Claude Van Damme como o irmão gêmeo vingativo do seu personagem no segundo filme. Sem falar das listas intermináveis de astros casca-grossa que gostaríamos de ver na franquia que, lamentavelmente, ficaram só no nosso imaginário. A longa espera, somada aos anúncios dos debutantes na franquia que, com exceção de Iko Uwais e Tony Jaa, não empolgaram, levaram o nosso hype à extinção. E sem o mesmo alarde dos anteriores, Os Mercenários 4 chegou ontem aos nossos cinemas, estando mais para um encerramento em definitivo da franquia do que um ponto de partida para mais sequências com uma nova pegada e protagonista.
Ao contrário do filme anterior, onde Stallone colocou os brucutus veteranos de escanteio para atuar ao lado de rostos novos que ele apostou (e perdeu feio) que iria lançar ao estrelato, desta vez, finalmente passa a bola para Jason Statham, que desde o primeiro filme, dividia o protagonismo com ele. E mesmo que a trama role por influência de seu Barney Ross, o fato é que o veterano brucutu é um mero coadjuvante de luxo, e o mais triste, no piloto automático. A passagem de bastão é natural e até esperada, mas, acredito que não tenha sido feita no momento certo, um pouco tardia, já que com toda sinceridade, a imagem de Statham começa a desgastar. Por mais que eu goste do brucutu carequinha, na minha humilde opinião, ele precisa urgentemente pisar o pé no freio. Só este ano foram lançados quatro filmes, incluindo Os Mercenários 4, praticamente repetindo o mesmo tipo de personagem. Me pergunto, até onde vai a empolgação do fã de vê-lo em ação durar, afinal, tudo tem limite.
Assim como os filmes anteriores, de fato, o principal acerto de Os Mercenários 4 acaba sendo o debute na franquia de ícones do gênero de ação, neste caso os astros marciais da atualidade Iko Uwais e Tony Jaa. O astro de Operação Invasão tem um destaque a mais que Jaa, fazendo o vilão malvadão genérico típico da franquia, que tanto nos diverte (e que claramente está também se divertido), praticamente uma cópia do Jean Villain vivido por Van Damme. Mesmo com uma participação bem menor que o colega de debute e do filme Tripla Ameaça, o astro da trilogia Ong-Bak Tony Jaa manda muito bem, roubando a cena toda vez que aparece. Uma pena que não temos aqui um confronto entre os dois, já que, obviamente, o vilão de Uwais acaba saindo na porrada com o protagonista Statham.
Se já esperávamos que os astros marciais iriam se destacar, a grande surpresa acaba sendo Jacob Scipio. Sim, caro internauta, o ilustre quase desconhecido que participou de Bad Boys para Sempre e O Peso do Talento é responsável pelas piadas mais engraçadas do filme. Como Antonio Banderas ficou impossibilitado de retornar como o seu figuraça personagem, devido a problemas de agenda, sobrou para Scipio fazer às vezes do falastrão porra-louca, justamente como o filho do personagem. Uma pena que, assim como Jaa, tem poucas cenas. Mas, mesmo com o cara mandando tão bem, impossível deixar de imaginar como seriam estas cenas com Banderas atuando mais uma vez.
Infelizmente, Os Mercenários 4 passa longe da altíssima qualidade dos dois primeiros filmes. No geral, com exceção dos supracitados Uwais, Jaa e Scipio, o elenco está apático. Megan Fox é a apenas a beldade para encher os nossos olhos, enquanto seus colegas debutantes 50 Cent e Levy Tran, nem fedem, nem cheiram. Mais triste ainda é ver os veteranos astros da franquia totalmente apáticos, inclusive, os próprios Stallone e Statham, este prejudicado pela indecisão da direção e roteiristas, já que nem é um filme solo que chegou a ser pensado, muito menos é um filme do grupo, ficando no meio do caminho. E Andy Garcia, que começa até bem, acaba abraçando uma canastrice absurda, principalmente, com uma reviravolta bem clichê do seu personagem. É inacreditável que o mesmo cara que nos anos 1980 e 1990 era considerado o coadjuvante que roubava a cena, chegando ofuscar os protagonistas em clássicos desta época, tenha errado tanto a mão, abusando da canastrice.
Mas, sem dúvida, o grande problema do filme acaba sendo o roteiro. É bem verdade que esse sempre foi ponto fraco da franquia, mas, que pelo menos nos dois primeiros filmes, foi superado pelo carisma do elenco e total clima de descontração entre eles, o que falta bastante aqui. Raso e preguiçoso, o roteiro só não entregou um filme ruim, porque a direção acabou imprimindo um ritmo frenético, e boa parte das sequências de ação e algumas poucas piadas funcionam.
Enfim, tão problemático quanto o anterior, assim como este, Os Mercenários 4 consegue a proeza de não ser um filme ruim, sendo divertido em vários momentos (e não pense você que estou passando pano por ser fã da franquia e dos astros envolvidos), e mesmo tecnicamente empatado, consegue ser ligeiramente melhor. Não criando expectativa e desligando o cérebro, pode até encontrar aqui diversão descerebrada e descartável, que se não fosse de uma franquia que conta com dois fodásticos filmes, passaria batido de boa. Mas, inegavelmente acaba sendo o segundo e provavelmente o último tiro no pé da franquia que tanto poderia ter rendido, mas, que depois de chegar ao ápice no segundo filme, caiu drasticamente de qualidade e morreu na praia. Cotação: / Nota: 7,0.
Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.
Cinéfilo alagoano.
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