terça-feira, 6 de março de 2018

DECEPCIONANTE AULA DA SAUDADE.

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco. / Coco do Cachorrão= Preciso mesmo dizer?.

Merlí - 3ª Temporada.
Produção espanhola de 2017 e 2018.

Direção: Eduard Cortés.

Elenco: Francesc Orella, Carlos Cuevas, Carlota Olcina, Pere Ponce, Anna M. Barbany, Marta Marco, entre outros.

Blogueiro assistiu online (Netflix) em 15, 16, 17 e 22 de fevereiro, 01, 05 e 06 de março de 2018.

Cotação

Nota: 6,5.

Sinopse: Terceira e última temporada de Merlí. As coisas não andam nada bem para o excêntrico professor Merlí Bergeron (Orella). Além da solidão que tem que encarar, com a partida para Roma do filho, Bruno (David Solans), e da mãe (Barbany) para um turnê teatral em Madri, e levar um pé na bunda da namorada Gina (Marco), após sua última pisada de bola com ela, o cara ainda ver seus queridos peripatéticos, empolgados e dando mais atenção a nova professora de História, Silvana (Olcina). 

Comentários: A Netflix apronta mais uma agradabilíssima surpresa aos seus assinantes, ao disponibilizar, sem nenhum aviso prévio, a última temporada desta excelente série catalã, que chegou quietinha e surpreendeu nas duas primeiras temporadas por sua qualidade inovadora e criativa. Infelizmente, a alegria deu lugar a frustração. Se por um lado, houve uma melhora nas tramas envolvendo o protagonista e alguns outros personagens adultos, como também manteve bem à abordagem aos filósofos citados, por outro, o núcleo jovem teve tramas chatinhas, insossas, arrastadonas, que tornaram a série enfadonha durante boa parte. De cara, os sete primeiros episódios são chatos, desinteressantes e arrastados, havendo uma melhora significativa a partir do oitavo episódio, tendo o ápice no emocionante décimo episódio (único que manteve o alto nível das temporadas anteriores), voltando a decair um pouquinho nos três primeiros, para despencar de vez no frustrante e triste episódio final.

Infelizmente, manteve-se um dos pontos negativos das temporadas anteriores, a falta de espaço da única aluna negra, que continuou sendo figurante que entra muda e saia calada, aparecendo em menos episódios, e nem se a personagem fosse aluna turista explicaria esse absurdo (Acredito que a TV espanhola seja racista, já o descaso é maior na fodástica La Casa de Papel, onde não temos nem mesmo um figurante negro). E que era ousadia criativa antes, o tema da homossexualidade e bissexualidade, acabou caindo no ridículo, a ponto de beirar uma quase pornografia (fica difícil engoli uma trama de um casalzinho que passou a temporada toda para os pombinhos se entenderem e quando finalmente se acerta, chega uma terceira pessoa, e vira um patético forçado triângulo amoroso). Uma tremenda pisada de bola em um delicadíssimo tema que foi um dos grandes acertos inovadores das temporadas passadas.

Lamentável que uma série tão boa, tenha tido uma temporada final tão decepcionante. Apesar disso, não tira o mérito que obteve nas temporadas anteriores, e Merlí, sem sombra de dúvida e nenhum exagero, é uma marco revolucionário na televisão mundial, provando que é possível sim fazer uma série jovem, de forma inteligente e competente, sem tratá-los como idiotas e com esteriótipos. Por tanto acertos anteriores que a série não merece ser prejudicada e manchada pelas cagadas dadas na temporada final. Continua sendo uma ótima série que consegue aliar inteligência, realismo e diversão de forma bem criativa, motivos que suficientes que vale a pena ser descoberta.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.

Nenhum comentário:

Postar um comentário