Hoje estreia no cinema de todo Brasil, O Bem Amado, o terceiro filme que eu estava, desde do ano passado, ansioso para ver (os outros dois são Os Mercenários, e o remake de Karatê Kid, que deveria se chamar Kung Fu Kid). Não me contive e corri, literalmente falando, para assistir a primeira sessão no cinema próximo da minha casa. Infelizmente, ao chegar lá, pela morosidade de sempre do Cine Maceió (uma bilheteria, com uma atendente apenas), fui obrigado a comprar ingresso para a segunda sessão. Enquanto esperei, comprei minha primeira camiseta do Pânico, voltei para casa, tirei um cochilo e voltei ao cinema.

Acabei de chegar do cinema e vim logo aqui para fazer os meus comentários sobre este filme. Na verdade os farei sobre pontos de vista diferentes. No geral, o filme me agradou em vários aspectos, mas também me decepcionou em vários, o que me fez sair do cinema um pouco fustrado, e preocupado com os outros dois filmes que estou ansioso para assistir, me fustrar também. Vamos aos comentários.


Sobre o elenco, todos estão de parabéns, apesar de serem mal aproveitados, desperdiçando feras como Matheus Nachtergaele, que fez um Dirceu Borboleta bastante limitado e inferior ao seu talento, totalmente diferente ao clássico personagem interpretado magistralmente por Emiliano Queirós, na TV. O casalzinho Caio Blat e Maria Flor (aliás, ela está tão estupidamente linda, que quase me apaixonei por ela), mostraram uma química excelente, só que mal aproveitados num roteiro, que devia ter explorado melhor, resumindo-se ao romacinho barato, na belíssima Praia do Gunga, deixando-se com saudades de outros casalzinhos dos filmes do Guel Arraes, como Chicó e Rosinha (O Auto da Compadecida) e Leléu e Lisbela (Lisbela e o Prisioneiro).
Em compesação, mesmo com os personagens limitados, José Wilker e Edmilson Barros, roubam a cena, interpretando Zeca Diabo e o bêbado/coveiro Chico Moleza. Interpretações tão perfeitas, que chegam a ofuscar o brilhante Nanini, que domina todoo filme. Apesar da super-valorização ao seu personagem Odorico, as clássicas Irmãs Cajajeiras interpretadas pelo trio de excelentes atrizes Drica Moraes, Zezé Polessa e André Beltrão, são bem aproveitadas no roteiro. Em relação ao elenco, outra nota dez. Todos estão perfeitos, mesmo com as limitações que eu já mencionei.
Apesar de toda essa qualidade de elenco e roteiro, particularmente, achei o filme sem graça, rindo em poucas cenas, mesmo sendo uma comédia pasterão com roteiro inteligentemente engraçado e bem interpretado. Faltou uma direção mais enérgica e criativa, que explorasse melhor o casamento perfeito roteiro engraçado e excelentes atores, algo que o próprio Guel fez perfeitamente nos engaçadissimos O Auto da Compadecida e Lisbela e o Prisioneiro. O Bem Amado tinha tudo para superar estas clássicas comédias.
Outro ponto fraco, e comum aos filmes produzido pela Paula Lavigne (leia-se Sra. Caetano Veloso), é a trilha musical, a pior de todos os outros filmes da dupla Lavigne/Arraes. Deviam ter utilizados as gravações originais, ao invés de regravá-las. Estas novas versões chegam até ser mais bosta que as versões insossa de de Espumas ao Vento e Você não me ensinou a te esquecer, ambas da trilha de Lisbela.
Por fim, a inevitável comparação entre a novela/série original e o filme. Fiz questão de deixar por último porque ambos tem a sua qualidades, apesar da primeira ser superior ao filme. Sobre a caracterização dos personagens, o filme acertou em fazer um Odorico mais canalha, safado, cara-de-pau (contribuição dos escandâlos dos nosss políticos que tornaram Odorico até santino em comparação a àqueles), com as Irmãs Cajajeiras, transformadas em peruas fogosas, ao invés das beatas fogosas do original, e com o Jornalista/opositor de Odorico, Vladimir, que para ser sincero eu não lembro no seriado. Erraram feio com a caracterização do jornalista Neco Pedreira, que no original era um jornalista investigativo e principalmente do Zeca Diabo, que no original era um personagem bem mais engraçado, interpretado por Lima Duarte. Ainda bem que o José Wilker superou esta limitação do roteiro e fez um excelente personagem, sendo sem dúvida, o melhor ator de um elenco tão excepcional.

Rick Pinheiro.
Feliz e orgulhoso por ver Alagoas na tela do cinema.
Nenhum comentário:
Postar um comentário