sábado, 6 de junho de 2020

RECORDAR É REVER: TRILOGIA DOS DÓLARES.

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco. / Coco do Cachorrão= Preciso mesmo dizer?.

Por um Punhado de Dólares (Per un Pugno di Dollari - título original / A Fistful of Dollars - título internacional).
Produção italiana, espanhola e alemã de 1964.

Direção: Sergio Leone. 

Elenco: Clint Eastwood, Marianne Koch, John Wells, W. Lukschy, S. Rupp, Joe Edger, Antonio Prieto, Jose Calvo, Daniel Martin, Henry Reeves, Richard Stuyvesant, Carol Brown, Aldo Sambreli, entre outros.

Blogueiro assistiu na TV aberta (Globo) e no streaming (Telecine Play) .

Sinopse: Remake não-oficial do filme japonês Yojimbo do mestre Akira Kruosawa. Localizada na fronteira com os Estados Unidos, a pequena cidade mexicana de San Miguel vive um clima tenso permanente com a guerra entre duas famílias criminosas, os Rojos e os Baxters. Mas, um misterioso pistoleiro (Eastwood) chega no local para acabar com isso. Inicialmente, se infiltrando nos Rojos, ele coloca em prática um plano para acabar de vez com o reinado de terror dos dois grupos criminosos.

Por uns Dólares a Mais (Per Qualche Dollari in Più - título original / For a Few Dollars More - título internacional).
Produção italiana, espanhola e alemã de 1965.

Direção: Sergio Leone.

Elenco: Clint Eastwood, Lee Van Cleef, Gina Maria Volontè, Mara Krup, Luigi Pistilli, Klaus Kinski, Joe Edger, Panos Papadopoulus, Benito Stefanelli, Aldo Sambrell, Luis Rodriguez, Tomas Blanco,  entre outros.

Blogueiro assistiu na TV aberta (Globo) e no streaming (Telecine Play).

Sinopse: Numa época onde a vida não tinha valor, surge os caçadores de recompensas. Entre todos eles, o Coronel Mortimer (Van Cleef) e o misterioso Manco (Eastwood) são os mais implacáveis.O caminho dos dois acabam se cruzando quando eles buscam ganhar uma bolada para capturar vivos ou mortos os membros de uma quadrilha liderada pelo perverso El índio (Volontè). Diante do desafio, os dois acabam unindo forças  a fim de obterem êxito.

Três Homens em Conflito (Il Buono, Il Brutto, Il Cativo - título original / The Good, the Bad and the Ugly - título internacional).
Produção italiana, espanhola e alemã de 1966.

Direção: Sergio Leone. 

Elenco: Clint Eastwood, Lee Van Cleef,  Aldo Giuffre', Luigi Pistilli, Rada Rassimov, Enzo Petito, Claudio Scarchilli, John Bartho, Livio Lorenzon, Antonio Casale,  Sandro Scarchilli, Benito Stefanelli, Angelo Novi, Antonio Casale, Aldo Sambrell, Al Mulloch, Sergio Mendizabal, Molino Rocho, Lorenzo Robledo, Mario Brega, Eli Wallach, entre outros.

Blogueiro assistiu na TV aberta (Globo) e no streaming (Telecine Play).

Sinopse: Em plena Guerra Civil Estadunidense, Tuco (Wallach) é um criminoso procurado em vários Estados, por seus diversos crimes. Ele tem um acordo com Blondie (Eastwood), caçador de recompensas que sempre o entrega as autoridades, mas o salva sempre na hora H do seu enforcamento. Paralelamente, o mercenário Olhos de Anjo (Van Cleef) está no encalço foragido Bill Carson (Casaele) para mandá-lo para a terra do pé-junto. Um belo dia, Tuco e Blondie enquanto Bill com a mão na vela e outra no solo, que revela uma bolada de ouro enterrada num cemitério. A partir de então, Tuco assume a identidade do recém-defunto e a dupla vai em busca do tal tesouro, e acaba no caminho se deparando com Olhos de Anjo e também com todo horror do conflito armado.

Comentários: Falar sobre os filmes que compõem a Trilogia dos Dólares é prazeroso, e não apenas por serem clássicos insuperáveis e inesquecíveis, mas, também porque faço uma viagem na memória afetiva, dos saudosos tempos de infância e adolescência quando via a chamada "Hoje no Corujão", narrada pelo icônico Dirceu Rabelo, anunciando um dos filmes, que eu animadamente passava a madrugada assistindo. Por outro lado, é uma tarefa árdua avaliar três filmaços fodásticos. Mas, pegando carona na data especialíssima dos noventa anos do astro Clint Eastwood, aproveitei para finalmente revê-los (a parte prazerosa) com um olhar crítico (a parte mais difícil). No final das contas, como não sou crítico, mas, apenas um mero cinéfilo do povão, prevaleceu o fator preferencial.

De cara, é bom falarmos dos pontos em comum entre eles: são filmaços espetaculares que vão muito além do Western Spaghetti, estabelecendo direcionamentos para todo o gênero do faroeste, ultrapassando-o, sendo verdadeiras obras-primas de toda sétima arte. Com uma direção primorosamente impecável, o saudoso mestre Sergio Leone entrega filmaços empolgantes e divertidos que ultrapassam o tempo, e que serviram para solidificar a carreira de Clint Eastwood, que emplaca um dos personagens mais icônicos da sétima arte. Curiosamente, apesar de ser imortalizado como O Homem Sem Nome (tanto que a franquia é também chamada de Trilogia do Homem Sem Nome), em cada um dos filmes, o personagem tem um apelido (Joe, Manco e Blondie, respectivamente), deixando uma sensação que são três. Outro ponto comum é que cada filme conta com uma trilha sonora composta e conduzida pelo mestre Ennio Morricone, entregando cada uma mais memorável que a outra. Por fim, são filmes que dar para assistir isoladamente e sem ordem, pois, todos trazem uma trama fechadas em si

A trilogia inicia com o ótimo Por um Punhado de Dólares, que particularmente é o meu favorito. Trata-se de um filme com um ótimo roteiro, que traz uma trama simples, redondinha e bem costumeira no gênero, mas, que tem pequenos furos e incoerências, praticamente impercebíveis. Aqui, somos apresentados ao icônico personagem de Eastwood, que simplesmente  brilha isoladamente (provavelmente, seja um dos motivos que eu goste mais deste filme), sendo auxiliado por um elenco competente. O mestre Sergio Leone entrega um filmaço com ação, humor e uma pitadinha de suspense na medida certa, embalado pela excepcional trilha do mestre Morricone. Insuperável até hoje, um dos melhores filmes de faroeste de todos os tempos, que inclusive, foi homenageado na trilogia De Volta para o FuturoCotação / Nota: 9,5.

No ano seguinte, foi a vez do também ótimo Por uns Dólares a Mais, onde Clint divide o estrelato com o saudoso Lee Van Cleef, no papel mais inesquecível de sua vida. Os atores brilham tanto individualmente como na perfeita parceria entre eles, num filmaço que conta com um ótimo roteiro, que assim como o filme anterior, também traz uma trama simples, redondinha e bem comum no gênero, e os mesmos defeitos quase impercebíveis dos furos e incoerências. Leone entrega mais um dos melhores filmes do gênero, assim como o também mestre Morricone que entrega mais uma excepcional trilha inesquecível (curiosamente, me marcou também o fato da música-tema ter sido usada alguns anos atrás aqui em Maceió num comercial do Country Motel. Que profanação! Rssss...). Mesmo sendo o ligeiramente mais fraco filme da fodástica trilogia, não deixa de ser um filmaço espetacular insuperável, mais uma obra-prima da sétima arte. Cotação / Nota: 8,5.

A trilogia é encerrada espetacularmente de forma épica com Três Homens em Conflito, que traz de volta a dupla Eastwood e Van Cleef (este em outro personagem), agora dividindo o estrelato com o saudoso Eli Wallach, que brilha sendo praticamente o alívio cômico. Indiscutivelmente, temos o filme com o roteiro mais bem elaborado da trilogia, com uma trama aprofundada, que se passa antes dos filmes anteriores (por isso, muitos consideramo o filme como um prequel) que coloca os personagens dentro de um fato histórico estadunidense e que de tão envolvente não percebemos as quase três horas de duração do filme. De forma brilhante e inteligente, o mestre Leone vai muito além do gênero faroeste e entrega uma obra-prima que também é um dos melhores do gênero épico. Assim como o mestre Morricone, que entrega a mais inesquecível trilha das inesquecíveis dos filmes da trilogia, cuja música-tema até hoje é bastante usada, como por exemplo, na entrada triunfal do fodão Chuck Norris em Os Mercenários 2. Simplesmente, mais uma obra-prima espetacular, que merecidamente, para muitos, é o melhor da trilogia. Cotação / Nota: 9,0.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.



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