terça-feira, 12 de novembro de 2019

ILUMINADOS E APAGADOS.

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco. / Coco do Cachorrão= Preciso mesmo dizer?.

Doutor Sono (Doctor Sleep).
Produção estadunidense de 2019.

Direção: Mike Flanagan.

Elenco: Ewan McGregor, Rebecca Ferguson, Kyliegh Curran, Cliff Curtis, Zahn McClarnon, Emily Alyn Lind, Selena Anduze, Robert Longstreet, Carel Struycken, Catherine Parker, Zachary Mormoh, Jocelin Donahue, Bruce Greenword, Jacob Tremblay, Henry Thomas, entre outros.

Blogueiro assistiu na sala 5 do complexo Kinoplex Maceió em 11 de novembro de 2019.

Sinopse: Adaptação do livro homônimo escrito por Stephen King, continuação de O Iluminado. Décadas depois de descobrir seus poderes no episódio traumático que sofreu quanto tinha cinco anos de idade (Roger Dayle Floyd), Danny (McGregor), vive de boa, numa pacata cidadezinha, onde tenta se curar do alcoolismo e trabalhando como enfermeiro num abrigo de idosos. A rotina muda quando ele passa a ter contato extra-sensorial com Abra Stone (Curran), adolescente que possui o mesmo dom de Danny, numa escala consideravelmente maior, que passa a fica na mira de encapetados sugadores de iluminados, liderados por Rose The Hat (Ferguson).

Comentários: Sinceramente, não entendo o porquê (fora encher o rabo de dinheiro, que para mim, sequer é um motivo) de realizarem continuações de obras-primas como O Iluminado (tanto o livro, quanto o filme). Mas, só voto vencido, já que aqui o próprio escritor sentou sua bunda numa cadeira e escreveu Doutor Sono, que agora ganha sua versão nas telonas, algo bem comum em se tratando, com elogios de King, que, aliás, não quer dizer porra nenhuma, já que devemos lembrar que ele tem ódio mortal pela adaptação que o saudoso mestre Stanley Kubrick fez de sua obra.  No caso do filme que acaba de chegar aos cinemas (ainda não li o livro), é um daqueles casos, que divide opiniões, provocando amor e ódio, e rende calorosas discussões, pois é encarado e avaliado de duas formas distintas. Peço licença para abrir uma exceção, e pela primeira vez neste blog, avaliar de duas maneiras.

A primeira forma, utilizando as inevitáveis comparações com o filme original. Doutor Sono vai além de ser um filme sombra da obra-prima dirigida por Kubrick. Como continuação, além de totalmente desnecessária, é péssima, totalmente desastrosa. Isso porque o excepcional terror psicológico, claustrofóbico e tenso da obra-prima do comecinho dos anos 1980, é substituído por um terrorzinho comercial padrão, com leves jump scare, roteiro rasinho com uma trama boboca, com personagens com super-poderes e fan service apenas bacaninhas. Logo, os fãs mais apaixonados pelo original podem ficar putaços e até achar um total desrespeito do novo filme à obra original de Kubrick, Tanto que, não é a toa que o crítico Eduardo Miranda do canal Projeto Cinevisão, ficou tão puto e desceu o cacete no filme. Avaliando deste ponto de vista, o filme só não é uma merda total, pois, salvam-se a direção competente que conduz com maestria o filme, prendendo nossa atenção do começo ao fim, fluindo naturalmente, sem que percebamos sua longa duração de aproximadamente duas horas e meia, e as ótimas atuações dos protagonistas McGregor e da novata, promissora atriz teen Kyliegh Curran. Cotação / Nota: 2,5.

A outra forma, totalmente oposta, exige um esforço do expectador de evitar ao máximo as inevitáveis comparações com o original. Uma proeza, que reconheço ser uma missão quase impossível, e que acabei conseguindo, provavelmente, por está cagando para este filme e não ter criado nenhum tipo de comparação. Se você relaxar, desligar o cérebro e o bom senso, irá encarar de boa, já que temos um filme de terror comercial, bem acima do padrão atual, que cumpre direitinho sua função de ser diversão descerebrada, que além das duas qualidades citadas no parágrafo acima, tem um competente parte técnica. Se tivessem dado uma enxugada no texto, principalmente, tirando os fan service que nos lembra que o filme é a continuação de uma obra-prima, com certeza, seria um filme melhor. Como um filme isolado, o resultado final até que é satisfatório. Enfim, encare à sua maneira e tire suas próprias conclusões.  Cotação / Nota: 7,5.

VOCÊ SABIA? (ATENÇÃO: LEVE SPOILER!).

Entre os vários fan service que Doutor Sono traz de O Iluminado, está a presença dos membros da família Torrance. Mas, nada de recriar digitalmente os intérpretes originais Jack Nicholson, Shelley Duvall e Danny Lloyd, e sim, optar pelo velho e eficiente recurso de substituição por outros atores. Inclusive, quem teve a batata quente nas mãos de substituir Nicholson foi o ex-ator mirim Henry Thomas, o eterno Elliot do clássico oitentista E.T. - O Extraterrestre. Uma responsa que Thomas tirou de letra, mas, nada de extraordinário, já que para ele que estrelou ainda pirralho um filme que figurou por décadas como a maior bilheteria da história do cinema, fazer um ponta recriando um personagem icônico da sétima arte imortalizado por Jack Nicholson é moleza.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.

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