Hoje completam-se dez anos que nós brasileiros inciamos esse incrível passeio para o Universo Cinematográfico Marvel, com o lançamento do primeiro Homem de Ferro. A partir de então vieram mais dezoito filmes, sendo o último o épico fodástico Vingadores: Guerra Infinita, dez séries televisivas (sendo três pela Rede ABC, seis num parceria muito bem sucedida com a Netflix e uma pela Hulu). Aproveitando a data festiva, listo agora os filmes que para mim são até agora os dez melhores do UCM, como também as cinco melhores séries televisivas. Como bônus, trago também o ranqueamento completo com os filmes e séries que ficaram de fora. Como se trata de uma lista de gosto pessoal, não fique chateado pela ordem que os filmes e séries estão elencados, nem pela presença ou ausência de alguns. Sugiro, como sempre em vão, já que ninguém mesmo comenta, que poste nos comentários a sua lista. Vamos a nossa lista do melhor dos melhores nesses dez anos de Universo Cinematográfico Marvel.
Iniciamos nossa lista com um inevitável empate entre dois filmaços divertidíssimos do ano passado, segundo dos dois anos que todos os lançamentos da Marvel fazem parte da nossa lista. Após uma surpreendente estreia excepcional do figuraça grupo de heróis espacias, o diretor James Gunn, com muito mais moral e liberdade criativa, traz um filmaço divertido e tão bom quanto o original. Cerejas do bolo: as presenças dos ícones da sétima arte Kurt Russell e Sylvester Stallone, e o fofíssimo e hilário Baby Groot.
Também com carta branca, o diretor Taika Waititi estreia no UCM com uma gigantesca responsabilidade nas mãos: encerrar a controversa - e para maioria da crítica e dos fãs a mais fraca de do UCM, adaptando dois cultuadíssimos clássicos dos quadrinhos, Thor: Ragnarok e Planeta Hulk. O cara não apenas tira de letra a missão quase impossível, mas, vai muito além, finalmente, dando uma identidade definitiva de fanfarrão ao deus do trovão, com direito a ele montar sua própria equipe à la Guardiões, formada por Hulk, Loki, Valquíria e Korg, este personagem digital que conta com a voz do próprio Waititi. Sem falar no trailer mais fodástico de todo UCM e nas presenças ilustres de Cate Blanchett, Jeff Goldblum, Anthony Hopkins, Liam Hemsworth (irmão do interprete do Thor, que chegou a concorrer para viver o personagem) e Matt Damon, os três últimos em divertidíssimas pontas na sequência inicial do filme.
Segundo e último inevitável empate na nossa lista. O filme que marcou o ponta-pé inicial a todo Universo Cinematográfico Marvel é presença obrigatória em toda e qualquer lista dos melhores filmes não somente da Marvel, mas, de todo sub-gênero dos quadrinhos. De cara, temos a grande volta por cima e reboot na carreira do carismático Robert Downey Jr., que claramente agarra a oportunidade única com unhas e dentes, e dar um show de atuação, esbanjando charme, carisma, e uma química perfeita com Gwynelth Paltrow. Acredito que, dificilmente, a Marvel tinha chegada onde chegou sem escalar o ator, que acabou sendo o carro-chefe de todos os super-heróis do UCM. Um irreconhecível Jeff Bridges, com uma ótima atuação como um vilão que não é tão bem desenvolvido (problema que, infelizmente, persistiria na maioria dos filmes do estúdio), é a cereja do bolo deste filme simples, objetivo, direto e muito divertidíssimo.
Após a triunfante estreia no primeiro filme do grupo de super-heróis mais poderosos da Terra, eles voltam mais uma vez conduzido pelo competente Joss Whedon. É bem verdade que o filme, após uma eletrizante sequência de abertura, cai um de rendimento, e tem alguns problemas que os fãs não perdoaram, como a forçação de barra do tosco romance entre Hulk e Viúva Negra, e um Mercúrio que perder feio para o seu xará na franquia da Fox. Mas, revendo o filme semana passada, percebi o quanto é divertido, e consegue cumprir direitinho a missão de manter o altíssimo padrão de qualidade na Marvel, introduzindo bem no UCM dois dos principais Vingadores da formação clássica, Feiticeira Escarlate e o Visão, e ainda deu chance do veterano James Spader de emprestar sua voz e movimentos para o vilão Ultron. Garante lugar cativo na lista dos melhores filmes do UCM.
A Marvel Studios não decepcionou no aguardadíssimo filme de estreia do Sentinelada Liberdade. De cara, convocou para conduzir a missão de introduzi um dos mais queridos e importantíssimos heróis da Marvel, ninguém menos que o competentíssimo diretor Joe Johnston, que tem no currículo. simplesmente, os divertidíssimos clássicos noventistas Querida, Encolhi as Crianças, Jumanji e Jurassic Park III. O cara cumpre direitinho sua missão, nos presenteando com um filmaço divertido, que mescla elementos dos quadrinhos com os de épicos de guerra. O elenco estrelar recheado de grandes atores e os impressionantes efeitos que transformaram de forma incrivelmente convincente o saradão Chris Evans, numa baixinho magricelo são os grandes destaque deste filmaço espetacular.
Sem sombra de dúvida, a grande surpresa da Marvel nesses dez anos, afinal, antes deste filme, apenas os aficionados em quadrinhos sabiam da existência do grupo de heróis do espaço. O diretor James Gunn, com toda carta branca, usa e abusa de sua liberdade criativa, e nos presenteia com um dos filmes mais divertidos não somente do sub-gênero dos quadrinhos, mas, dos últimos anos. Contando com um elenco carismático e entrosadíssimo, com direito a reunir os astros Bradley Cooper e Vin Diesel, apenas para darem vozes a dois figuraças personagens (o último aliás, só dizendo a mesma frase durante todo filme), embalado por uma deliciosa trilha nostálgica, Gunn nos presenteia não apenas como um dos mais divertidos e engraçados filmes do UCM, mas, dos últimos tempos. Um excelente exemplo de como a carta branca dada a um diretor faz uma grande diferença, e que deveria ser mais seguido pelos estúdios.
A segunda surpresa destes dez anos de UCM foi a parceria feita entre a Marvel Studios e a Sony, detentora dos direitos do Cabeça de Teia. Após um estreia triunfante, roubando a cena em Capitão América: Guerra Civil, Tom Holland simplesmente atesta que é a versão definitiva do herói, dando um show de atuação. E muito bem acompanhado pela revelação como ele, Jacob Batalon, e pelos veteranos Robert Downey Jr., Marisa Tomei e sua improvável versão gostosona da Tia May, e por um inspiradíssimo Michael Keaton, elevando o vilão Abutre a categoria dos melhores vilões do UCM. Uma volta e tanto a lar, doce lar da Casa das Ideias, que tem tudo para ser apenas a ponta do iceberg.
5. Pantera Negra.
Outro que fez uma estreia triunfante no UCM, roubando a cena também em Capitão América: Guerra Civil, filme que deveria ter como destaque apenas o conflito do Sentinela da Liberdade com o Homem de Ferrro, o atual rei de Wakanda ganhou um filmaço solo, que para muitos, até agora, é o melhor do Universo Cinematográfico Marvel (e só não está encabeçando nossa, porque realmente, ainda tenho outros filmaços como meus favoritos). A lição que a Marvel Studios vem dando aos engravatados dos estúdios em dar liberdade artística a um diretor chega aqui ao seu ápice, com o talentoso e excelente diretor Ryan Coogler, reunindo um elenco espetacular, dando vida a personagens carismáticos, nos apresentando a um mundo encantador aos olhos, com um cultura africana riquíssima. Como se ainda fosse pouco, Coogler ainda presenteia o UCM com um dos seus mais bem desenvolvido e inesquecível vilão, vivido de forma espetacular pelo velho parceirão do diretor, o excelente Michael B. Jordan. Acredito que o futuro do UCM será conduzido pelo carismático T'Challa e seus súditos. Wakanda Forever!
Indiscutivelmente, os filmes solos do amigo da vizinhança e do príncipe T'Challa são espetaculares. Mas, acredito que eles não teriam o mesmo impacto se não tivessem sido introduzidos no UCM de forma espetacular no terceiro e último filme solo do Sentinela da Liberdade. O filme que tem como tema central a treta entre os heróis mais poderosos da Terra, que estoura na sequência da batalha do aeroporto que mais lembra as saudáveis brincadeiras de lutas que fazíamos quando crianças no pátio da escola do que uma porradaria de vale-tudo, e tem seu ápice no clímax com a porradaria série entre Homem de Ferro, Capitão América e Soldado Invernal, serviu de atestado - que, aliás, não precisavam - para os irmãos Russo provarem que tem talento de sobra e competência para conduzirem com maestria um épico com um monte de super-heróis. Não é a toa que, merecidamente, é chamado pelos fãs de Vingadores 2.5.
A primeira vez em que o maior grupo de quadrinhos da Marvel foi formado nas telonas é inesquecível. Joss Whedon conduz com maestria o grande ápice que encerra a Fase 1 do UCM, nos presenteando com um filmaço que simplesmente é um dos melhores de todo sub-gênero. Um início espetacular do fodástico grupo nas telonas, que tem como ponto alto a fodástica batalha de Nova Iorque e uma inesquecível e hilária lição prática que o Hulk dar no figuraça Loki. Fica com o nosso bronze, mas, tecnicamente empatado no pódio da nossa lista.
Dizer que o novíssimo filme da Marvel eleva o sub-gênero dos quadrinhos ao altíssimo nível épico é repetir o óbvio. Com excepcional maestria os irmãos Russo presenteia a sétima arte com um espetacular épico, que mexe com as nossas mais variadas emoções, e consegue a proeza heroica, digna de derrotar Thanos e a Ordem Negra, de conseguir ir muito além do espectador mais otimista. Todo Universo Cinematográfico Marvel iniciado há dez anos chega aqui ao seu ápice. Divisor de águas na história da sétima arte, que fica com nossa prata, empatando tecnicamente com o primeiríssimo lugar, e só não está porque a estreia dos irmãos Russo no UCM ainda continua fodástica.
É indiscutível que Vingadores: Guerra Infinita é o ponto alto de todo Universo Cinematográfico Marvel e o mais épico filme da ousadíssima, criativa e paciente iniciativa da Marvel, como também de todo sub-gênero dos quadrinhos. Porém, na minha humilde opinião, o espetáculo épico reunindo cerca de sessenta personagens que aprendemos amar durante longos dez anos, ainda não supera o debute no UCM dos irmãos Russo no segundo filme do Sentinela da Liberdade, que junto com os filmes dos grupos Vingadores e Guardiões, ocupam a maior parte da nossa lista. E não é a toa, pois, logo de cara, os criativos irmãos nos presenteiam com um puta filmaço completíssimo que ultrapassa o sub-gênero das adaptações dos quadrinhos, sendo também um dos melhores thriller de ação de todo sétima arte, num ritmo freneticamente eletrizante, uma trama bem escrita, conduzida e repleta de reviravoltas, somada por elenco talentoso com atuação engajadíssimas. Particularmente, pela evolução que a Marvel Studios vem demonstrando, acredito que um dia seja superado por outro filme. Mas, nesses dez anos de UCM, ainda continua no topo do melhor dos melhores.
BÔNUS:
Completam nosso ranking dos melhores filmes do UCM nesses primeiros dez anos: 11) Doutor Estranho; 12) Thor; 13) Homem de Ferro 2; 14) Homem de Ferro 3; 15) O Incrível Hulk; 16) Homem-Formiga; e 17) Thor: O Mundo Sombrio, que não chega a ser um filme totalmente ruim, mas, está muito abaixo do padrão de qualidade Marvel, a ponto de ser, até agora, o mais fraco da odisseia dos heróis nas telonas.
TOP 5: MELHORES SÉRIES.
Com apenas duas curtas temporadas, a série da agente fodona, grande amor de Steve Rogers, é a grande surpresa na nossa lista, desbancando três séries da Marvel em parceria com a Netflix. Protagonizada pela carismática Hayley Atwell, e contando com a participação especial de Dominic Cooper, a série tem uma produção caprichadíssima e tinha potencial para avançar ainda mais em qualidade, algo que, infelizmente, a baixa audiência não permitiu.
4. Justiceiro.
Após três versões nos cinemas, finalmente, Frank Castle ganha sua versão definitiva com a excelente atuação de Jon Bernthal, que após a espetacular roubada de cena na segunda temporada de Demolidor, ganhou uma série para chamar de sua. E que série! Com a típica pegada mais adulta das séries da Marvel no serviço de streaming, temos aqui a mais violenta e mais realista série de todo UCM. E tem tudo para avançar ainda mais em qualidade, já que a segunda temporada já foi confirmada.
A primeira série televisiva da Marvel Studios é a que faz uma ligação direta com os filmes. Iniciada após os eventos do primeiro filme dos Vingadores, a série tem sua trama ligada também com eventos que rolaram no segundo filme do grupo de heróis e em Capitão América: Guerra Civil (e se não for cancelada, com certeza, a vinda de Thanos e a Ordem Negra também irá influenciá-la). Com um elenco engajadíssimo, encabeçado pelo carismático e competente Clark Gregg, a série vem caindo ligeiramente de qualidade (o que explica o possível cancelamento) nas últimas temporadas, mas, sem deixar de ser divertida e empolgante, mantendo na telinha o padrão Marvel de qualidade. Inclusive, a série já teve presenças ilustres dos astros do UCM nas telonas Samuel L. Jackson, Cobie Smulders e até mesmo o mestre Stan Lee com suas tradicionais hilárias aparições relâmpagos, como também contou no elenco com os saudosos Bill Paxton e Powers Boothe. Dos super-heróis dos quadrinhos, destaque para a curta participação do Motoqueiro Fantasma na quarta temporada.
2. Os Defensores.
Uma das grandes dúvidas é como a Marvel iria repetir o êxito de Os Vingadores na Netflix, já que cada uma das séries solos dos heróis membros do grupo, têm identidades e estilos próprios. E conseguiram de forma espetacular, espantosamente mantendo o estilo de cada um, e ainda tendo identidade própria. Muitos torcem o nariz para a série e a criticam, mas, particularmente, gostei demais. Divertidíssima, com um química perfeita entre os protagonistas, que esbanjam carismas e claramente se divertindo, e ainda contando com apenas oito episódios, muito mais eficientes que arrastar a trama por treze episódios, não é a toa que considero a segunda melhor série da Marvel. Esperando ansiosamente pelo anúncio da segunda temporada (quem sabe, até contando com a presença ilustre do Justiceiro), algo que, infelizmente, mais uma vez, a baixa audiência irá atrapalhar, e provavelmente não teremos.
1. Demolidor.
A primeira série da parceria com a Netflix é disparada a melhor série da Marvel de todos os tempos. Após um malhadíssimo filme em 2003, o herói ceguinho fodão, finalmente, ganha um live-action à altura da sua grandiosidade nos quadrinhos. Estrelada pelo ótimo e carismático Charlie Cox, e contando com coadjuvantes tão ótimos e carismático quanto ele, como Deborah Ann Woll (Karen Page), Eleden Henson (Foggy Nelson) e Rosario Dawson, está a única que marcou presença em cinco da seis séries da Netflix, como Claire Temple. Cereja do bolo: trazer as versões definitivas em live-action de Elektra, Justiceiro, e principalmente, do Rei do Crime, Wilson Fisk, vivido de forma excepcional por Vincent D'Onofrio.
BÔNUS:
Completam nosso ranking das melhores séries do UCM nesse dez anos: 6) Jessica Jones (que só saiu da lista acima por causa da ligeira queda de qualidade na segunda temporada); 7) Luke Cage; e 8) Punho de Ferro. Lembrando que ainda não assistir Fugitivos, e que a série dos Inumanos é tão ruim que não merece entrar no ranking. Inacreditável que a Marvel Studios com todo seu padrão de qualidade tenha produzido essa bomba que antes mesmo da sua estreia, a rede ABC já tinha cancelamento. Um espantoso vexame de toda história do live-action dos personagens da Casa das Ideias, que consegue ser pior que os trashões dos primeiros filmes na segunda metade dos anos 1980. De tão vergonhosa, obrigatoriamente, deve ser esquecida.
Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.
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