quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

RETROSPECTIVA 2023: OS PIORES FILMES DO ANO.

2023 não foi um dos melhores ano para nós cinéfilos. Entre tanto lançamentos que assistimos nos cinemas e no streaming, a maioria foram filmes medianos, poucos acima da média e um bocado de tranqueiras. Destas, a grande maioria por causa da cultura woke dominante, onde os realizadores adeptos dela se preocuparam muito em panfletar suas ideologias e deixaram de lado o entretenimento. Mas, também tivemos tranqueiras que não são panfletárias, e são ruins simplesmente por outros motivos não lacradores. Neste contexto, confesso que até que foi fácil elaborar nossa lista dos piores filmes do ano. Uma lista que vale a pena registrar faz história no nosso blog, já que os filmes que estão nela obtiveram a nota máxima de 2,5, e os cinco primeiros tiraram zero bem redondinho. Como faço todos os anos, reforço que a mesma é elaborada de acordo com meu gosto pessoal, logo, se tiver algum filme aqui que você curta ou esteja fora algum que você detestou, não fique chateado comigo. Fique a vontade para discordar, e querendo, deixar nos comentários a sua lista dos piores do ano. Sem mais delongas, vamos a nossa lista nada honrosa.


Começamos com o representante da "maldição" das adaptações de game. Temos aqui um filme que praticamente é unanimidade, já que desagradou fãs do game, críticos e público em geral. Não foi desta vez que o eterno Peeta de Jogos Vorazes, o carismático Josh Hutcherson, emplacou uma nova franquia para chamar de sua. Pelo menos não foi a única adaptação de game do ano, já que tivemos um filme que foi exceção a regra.


Prosseguindo com nossa lista temos aqui um empate entre dois filmes do gênero ficção científica que prometiam, mas, acabaram decepcionando bastante. Premissas interessantíssimas, bom elenco e conduzidos por excelentes cineastas, Hypnotic - Ameaça Invisível (dirigido por Robert Rodriguez) e Resistência (dirigido por Gareth Edwards) acabaram sendo prejudicados bastante por seus respectivos roteiros que desperdiçaram totalmente todo potencial para serem obras memoráveis do gênero, resultando em dois filminhos esquecíveis tão logo que sairmos do cinema.


Segundo e último empate da nossa, provavelmente temos aqui o nosso primeiro desacordo. Afinal de contas estamos falando de dois filmes de terror que levaram muita gente ao cinema. Pode ser que você tenha gostado, mas, é inegável que as duas franquias criadas por James Wan ganharam em 2023 seus exemplares mais fracos.


Como entusiasta do gênero gospel, é triste ter que colocar um na lista dos piores (assim como no gênero do terror, todo ano sempre surge um filme realmente ruim para figurar na nossa dos piores). E neste caso temos o agravante de ser um filme de uma aclamada franquia escatológica. Não adiantou em nada escalar o astro do gênero, o eterno Hércules da telinha Kevin Sorbo, já que o péssimo roteiro caga por completo a premissa interessante. De quebra, acaba sendo um tremendo retrocesso dentro do gênero ao ressuscitar velhos problemas clichês do gênero.


No apagar das luzes de 2023, chegou aos cinemas mais um filminho de terror ruim para sujar o gênero. Mais uma vez, um péssimo roteiro acaba prejudicando bastante a qualidade do filme, que até tinha potencial para ser um marco no gênero, se pelo menos tivesse optado pelo velho maniqueísmo. Mais uma premissa original cagada e jogada fora por um péssimo roteiro.


A partir daqui a nossa lista começa a feder forte. pois a merda é grande. O que dizer de uma cinebiografia onde a personalidade retratada é deixada de lado em detrimento da panfletagem? Pois é, os caras conseguiram fazer isso com a saudosa Gal Costa, que é escanteada em sua própria história, para panfletar com os velhos clichês de filmes que se passam na época do regime militar. Total desrespeito a história de uma das grandes cantoras brasileira.


"Uma seita misteriosa rouba facilmente o Santo Sudário para pegar o DNA de Cristo e libertar o chifrudo de sua prisão infernal". Uma premissa tosca dessa dificilmente renderia algo que preste. Mas, o resultado deste filminho tcheco saiu pior do que esperado, já que além do roteiro ser uma porcaria, as atuações e os efeitos especiais toscos só estragam tudo. Pelo menos, dos filmes da nossa lista que figuram no Top 5 dos piores de 2023, é o único que é ruim por simplesmente o ser, e não por causa da lacração.


Abrindo o nosso pódio dos piores com a provável maior polêmica da nossa lista. Afinal, estamos falando do fenômeno que simplesmente é a maior bilheteria dos cinemas do ano passado. Nem venha me xingar de machista, misógino, que eu tenho ranço com filme que é protagonizado por mulher, que não suporto ver uma mulher empoderada e blá, blá, blá... Barbie simplesmente não é o filme para mim ou para qualquer homem. Assumidamente militante feminista, a diretor Greta Gerwig, sequestra a mais icônica das bonecas para vomitar em nós sua ideologia, tratando todos os homens como completos idiotas, imbecis. Sem dúvida o ápice da militância woke. Ao menos hollywoodiana, já que nosso primeiro lugar, conseguiu ir muito mais além.


No ano em que o clássico O Exorcista completou cinquenta anos, a "homenagem" veio em cagar pesado nele com o pior filme da franquia. E o responsável por esta merda foi David Gordon Green, o mesmo cara que antes já havia cagado feio em outra franquia icônica, Halloween. Ao menos aqui, recentemente deram um pé na bunda dele nos outros filmes que pretendem fazer. Algo que deve ser muito bem pensado, já que o estrago aqui foi gigantesco, desagradando crítica e público, que mesmo com a mudança de diretor, dificilmente voltará ao cinema para assistir um novo filme.


E deu Brasil no primeiríssimo lugar. Realmente é uma pena que seja na nossa lista dos piores. Se quem assistiu Barbie acha que se trata do ápice da lacração da militância woke, com certeza, não assistiu esta sequência da divertida comédia de 2007. Temos aqui o maior exemplo de como a cultura woke é nociva a arte, com a destruição completa de tudo que o filme original, tirando todo brilho dos personagens, e por tabela de seus respectivos intérpretes. Incluindo o protagonista Lázaro Ramos, indiscutivelmente um cara talentoso e carismático, que aqui deixou de atuar com um dos seus personagens mais memoráveis para ser um militante chato pra caralho. Culparam o boicote de internautas bolsonaristas pelo fiasco e saída à francesa dos cinemas. Mas, realmente o maior boicote foi dos próprios realizadores do filme ao optarem por apenas militar, ignorando por completo o entretenimento. 

MENÇÕES HORROROSAS:


2023 sem sombra de dúvida tivemos o recorde da desconstrução de icônicos personagens em prol da pauta esquerdista, o ápice da maldita cultura woke. Sobrou até para as divertidas Tartarugas Ninja. O mais incrível que a destruição progressista partiu pelo (ex) comediante Seth Rogen, um dos  cinco roteiristas desta animação que destrói por completo os adoráveis personagens. Assim como Barbie, a parte técnica impecável é apenas uma bela embalagem para o lixo ideológico da pior espécie.

Franquias, adaptações e universos compartilhados.

Falou-se muito no decorrer do ano sobre a fadiga de filmes de super-heróis das HQs para tentar justificar os fracassos homéricos. O problema não é esse, mas a obsessão em militar, deixando totalmente de lado o entretenimento. Marvel e DC falharam miseravelmente nos seus respectivos universos compartilhados por causa disso. Franquias icônicas e adaptações de clássicos literários também por esse motivo. A militância exagerada tem sua parcela gigante de culpa mas não a única culpada pela safra de filmes ruins. O comodismo e a falta de respeito dos realizadores com as obras que se baseiam ou filmes anteriores da franquia, e com o  seu público, também foram responsáveis pela fadiga do público  não apenas com os filmes de super-heróis, mas, com várias franquias da cultura pop.

Uma Fada Veio me Visitar.

Pela primeira vez, abro uma exceção e menciono um filme que não assisti e nem pretendo. Mas, mesmo sendo um defensor que só podemos falar bem ou mal de uma obra após conferi-la, não poderia deixar de falar da volta da ex-Rainha dos Baixinhos e fenômeno de bilheterias do nosso cinema, Xuxa Meneghel. A grande mídia culpou os bolsonaristas pelo fiasco vergonhoso de bilheterias, mas, o fato é que já na sua gênese, o projeto já estava fardado ao fracasso. Afinal, há anos que a apresentadora não trabalha com o público infantil, a pelo menos uma geração não sabe sequer quem é ela. Sem falar que o veículo do seu retorno às telonas foi justamente a adaptação de um livro de Thalita Rebouças, que alguns anos atrás, já havia sido adaptado em É Fada!, filme estrelado pela Kéfera, que convenhamos, é muito mais conectada com o público infanto-juvenil. A  pífia divulgação da produção (particularmente, só fiquei sabendo da existência deste por ver um material de divulgação numa das idas ao cinema) foi a pá de cal para o fracasso anunciado do filme, que só chamou atenção justamente pelo boicote.

Cancelamentos e boicotes.

Sem sombra de dúvida, 2023 tivemos o acirramento da guerra cultural, que só está estragando o nosso entretenimento. Se por um lado tivemos o agravamento do cancelamento desleal e perverso pela mídia e grandes influencers, como ocorreu lá fora e aqui com Som da Liberdade, por outro, o público, precisamente os militantes bolsonaristas, revidou promovendo boicotes a filmes estrelados por artistas que apoiaram o atual presidente. Por mais que numa real democracia a liberdade de expressão é um valor máximo, cancelamentos e boicotes são um mal uso deste. Tanto um como outro acabam fazendo o efeito contrário. Prova disso é que o "canceladíssimo" Som da Liberdade foi um dos maiores fenômenos de bilheterias do ano, enquanto que os fiascos de Uma Fada Veio Me Visitar e Ó Paí, Ó 2 iriam acontecer com ou sem a iniciativa dos bolsonaristas, que aliás, só contribuíram para chamar atenção para os filmes que quase ninguém estava dando a mínima.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.

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