sexta-feira, 1 de abril de 2022

SEM SANGUE, SEM ALMA.

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco. /  = (Preciso mesmo dizer?).

Morbius.
Produção estadunidense de 2022.

Direção: Daniel Espinosa.

Elenco: Jared Leto, Matt Smith, Adria Arjona, Jared Harris, Al Madrigal, Tyrese Gibson, Michael Keaton, entre outros.

Blogueiro assistiu na sala 2 do complexo Kinoplex Maceió em 1º de abril de 2022.

Sinopse
: Baseado em personagens das HQs da Marvel. O Dr. Michael Morbius (Leto) se dedica exaustivamente para a busca da cura da doença o sanguínea que ele mesmo sofre desde a infância. Mas, um dos seus novos experimentos acaba não saindo como o esperando, transformando drasticamente sua vida.

Comentários
: De um lado, uma Sony Pictures pisando na boa com os seus atuais live-action da Marvel caminhando com as próprias pernas tocando seu próprio universo compartilhado. Do outro, o ganhador do Oscar e recentemente do nada prestigiado Troféu Framboesa Jared Leto, precisando de uma redenção nas adaptações das HQs, após sua questionadíssima atuação como o Palhaço do Crime, que estava bem mais para algum MC tupiniquim. Isso faz com que Mobius, desde sua concepção, carregue a responsabilidade da volta por cima dupla. Somado a isso, temos o fato que o Vampiro Vivo não é um personagem com apelo do grande público. Provavelmente, devo ser um dos poucos que estava interessado no filme, já que trata-se da adaptação de um dos meus vilões favoritos do panteão do "Miranha" dos saudosos tempos da minha infância e adolescência onde eu era leitor de quadrinhos, e me animei um pouquinho a mais com easter eggs no trailer referentes ao Cabeça de Teia, em  participação de Michael Keaton de volta como o Abutre (adianto que, quem for por essas referências vai sair puto do cinema_Enfim, após vários adiamentos, Morbius chega aos cinemas, e infelizmente, trazendo consigo a dupla zica, já que todo mundo malhando e achando uma merda \(na sessão que eu estava, saíram três pessoas com cerca de meia-hora de projeção). Mas, afinal, o filme é essa tranqueira toda?

Sinceramente, acho que estão pegando pesado na malhação, mas, também, admito que não se trate de um filmão. O grande problema está no fraco roteiro, que traz uma trama com a profundidade de um pires e corrida demais, o que atrapalha bastante criamos alguma empatia, interesse e envolvimento. A parte técnica é eficiente, convence em vários momentos, mas falha feio nas sequências de lutas, que acabam sendo confusas. Jared Leto até manda bem com sua atuação, e a tentativa de ser um filme que se leva sério, quase sem piadinha, são sem dúvidas, inegavelmente, os acertos do filme. Mas, realmente, o roteiro acaba acaba ferrando com tudo e as duas cenas que rolam na primeira metade dos créditos finais (logo, não precisa ficar no cinema após a segunda) são absurdamente forçadas para tentar ter alguma relação com o UCM, e ainda trazem o maior furo em relação a todo filme, já que o protagonista, apesar de ser um vilão nas HQs, é o mocinho, nem mesmo sendo um anti-herói, e uma das forçadas cenas pós-créditos, acaba esquecendo totalmente isso.

Nos meus tempos de cursinho pré-vestibular, época em que o exame por aqui cobrava a leitura obrigatória de cinco obras literárias indicadas pela instituição, tínhamos o pronto-socorro dos preguiçosos e quem não tem o hábito da leitura dos bem intencionados mas famigerados resumo do livro. E Morbius, acaba sendo algo do tipo, só que não é bem intencionado, já que claramente a Sony está desesperada para pegar sua fatia do bolo nas bilheterias, mas, está cagando para a organização e coerência, fazendo gambiarras ao invés de ligações sólidas, jogando para o público na torcida de um "vai que cola". É um filminho bacaninha, bem feijão com arroz insosso, que entrega um entretenimento rápido, mas sem alma, esquecível, sem provocar em nós nenhuma emoção. Mais um sinal de alerta preocupante para o estúdio, que se continuar assim, tem tudo para cagar geral com um universo "cocômpartilhado", que do jeito que está se encaminhando, tem tudo para ser infinitamente pior que o atrapalhado e frustrante universo compartilhado da DC. CotaçãoNota: 6,5.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.


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