quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

OBRA-PRIMA DO MESTRE ARIANO SUASSUNA EM DOSE DUPLA.

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco. / Coco do Cachorrão= Preciso mesmo dizer?.

O Auto da Compadecida.
Produção brasileira de 2000.

Direção: Guel Arraes.

Elenco: Matheus Natchergaele, Selton Mello, Fernanda Montenegro, Marco Nanini, Lima Duarte, Diogo Vilela, Denise Fraga, Rogério Cardoso, Luís Melo, Paulo Goulart, Virgínia Cavendish, Bruno Garcia, Enrique Díaz, Maurício Gonçalves, Aramis Trindade, entre outros.

Blogueiro assistiu na TV aberta (Globo) e em home vídeo (VHS e DVD).

Cotação (Minissérie e filme).

Nota: 10,0 (Minissérie) / 9,5 (Filme).  

Sinopse: Baseado na peça homônima de Ariano Suassuna. A trama se passa na pequena Taperoá, onde os amigos João Grilo (Natchergaele) e Chicó (Mello), funcionários de um padeiro (Vilela) e sua esposa (Fraga), vivem aprontando das suas, não somente para cima dos seus patrões, mas, sobrando até para o poderoso Major Antônio Morais (Goulart), para o padre (Cardoso) e o bispo (Duarte) de visita na cidade. Um belo dia, a rotina da cidade e de picaretagem dos amigos é interrompida quando o perigoso cangaceiro Capitão Severino de Aracaju (Nanini) e seu bando invadem a cidade, mandando alguns dos personagens desta para a melhor, inclusive, ele próprio, que cai na última tramoia de João Grilo, que também parte desta para uma melhor. No além, a turma é julgada por Jesus Cristo (Gonçalves), sendo acusada pelo diabo (Melo). Cheios de pecados, todos podem ir para o inferno, mas, antes que o julgamento acabe, João Grilo apela para que Nossa Senhora (Montenegro) venha defendê-los. 

Comentários: Caramba! São mais de seis anos deste blog e eu ainda não tinha comentando um dos melhores filmes (e também minissérie) brasileiros de todos os tempos. Realmente passou batido, pois acreditava que tinha postado. Só me dei conta quando fui elaborar a postagem sobre a versão dos Trapalhões. Enfim, antes tarde do que nunca. A peça do saudoso mestre Ariano Suassuna já é uma obra-prima só pelo fato de existir. E essa inesquecível adaptação do diretor Guel Arraes, que reúne um excepcional elenco de grandes atores, também não fica atrás. Inicialmente, uma excepcional minissérie, com excelente roteiro, que ganha forças graças ao inegável talento do diretor e do elenco que teve sob sua batuta (o destaque para Matheus Natchergaele e Selton Mello é apenas pelos dois serem os protagonistas, logo, um pouquinho mais de tempo em cena). O filme, que na verdade é a minissérie muito bem editada (sem pressa, com todo respeito a obra, ao contrário do amadorismo pretensioso da Record com Os Dez Mandamentos - O Filme), também mantém a qualidade, apesar que para quem assistiu a minissérie, fica a sensação de que poderia ser ainda melhor e que deveriam ter ousado e lançá-la nos cinemas completinha (e a Globo acha pouco, e ainda retalha o filme todas às vezes que a exibe na Sessão da Tarde), único motivo que a nossa nota caiu um pouquinho. Ainda bem que foi lançado em DVD duplo contendo as duas versões). Mas, nem essa ligeira e impercebível queda de qualidade (Repito: essa pequena frustraçãozinha é apenas para quem assistiu a minissérie) tira o mérito de O Auto da Compadecida ser um dos melhores filmes brasileiros de todos os tempos. Obra-prima da telonas e também das telinhas. Para ser visto e revisto infinitas vezes, sem perder o frescor de divertido e engraçadíssimo. 


Minissérie completa. 

Filme completo.

VOCÊ SABIA? 

Antes da memorável versão comentada acima e da versão dos Trapalhões, a obra-prima do mestre Ariano Suassuna ganhou uma versão para as telonas. Trata-se de A Compadecida, filme de 1969  que traz o saudoso Armando Bógus como João Grilo, Antônio Fagundes como Chicó, e um jovial e sorridente Regina Duarte como Nossa Senhora. Com um elenco tão talentoso quanto as versões posteriores e contando também com Suassuna na elaboração do roteiro (assim como nas versões posteriores), o filme tem uma produção bem mais modesta, e um elenco engessado, com boas atuações, mas, nada memoráveis. Provavelmente, a culpa deve ser do diretor George Jonas, que não aproveitou o material do roteiro (que ele também escreveu ao lado de Suassuna) e do elenco, e limitou-se apenas a manter o tom teatral e circense da obra original. Assim como a versão dos Trapa, quando assistir pela primeira vez, detestei, mas, ao rever no final da tarde ontem, percebi que mesmo com toda deficiência e por levar uma surra em inevitáveis comparações com as versões posteriores, A Compadecida é um ótimo filme, divertido, que mantém toda a essencial da obra-prima de Ariano Suassuna, incluindo a maioria dos diálogos.

A Compadecida.
Produção brasileira de 1969.

Direção: George Jonas.

Elenco: Armando Bógus, Antônio Fagundes, Regina Duarte, Felipe Carone, Jorge Cherques, Agnaldo Batista, Zéluiz Pinho, Ary Toledo, Neide Monteiro, J. C. Cavalcante Borges, Rubens Teixeira, Paulo Ribeiro, Zézimo Bulbal, entre outros.

Blogueiro assistiu na TV por assinatura (Canal Brasil), em home vídeo (VHS) e no notebook em 04 de janeiro de 2017.

Cotação

Nota: 8,0.  

Sinopse: e Comentários: no parágrafo acima.



Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.

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