sábado, 27 de dezembro de 2014

TRIPLA DESPEDIDA DE UM ÍCONE DO CINEMA.

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco. 

À Queima Roupa (Family of Cops).
Produção estadunidense e canadense de 1995.

Direção: Ted Kotcheff.

Elenco: Charles Bronson, Daniel Baldwin, Angela Featherstone, Sebastian Spence, Kate Trotter, Caroline Barclay, John Vernon, Barbara Williams, Lesley-Anne Down, Kim Weeks, entre outros.

Blogueiro assistiu em home vídeo (DVD).

Cotação

Nota: 5,0.  

Sinopse: Depois de anos de recusa, o veterano policial Paul Fein (Bronson) aceita que a família faça uma festa de aniversário para ele. Na verdade, mera desculpa para que a caçula rebelde Jackie (Featherstone) volte a cidade após anos vivendo na Califórnia. O problema é que a moça, ao invés de sossegar o facho, após a festa do coroa inventa de ir a uma balada num hotel chique, encher a cara, e acabando indo para a cama com um milionário. Só que ao acordar, dar de cara com o cara morto e ela passa a ser a principal suspeita. Correndo contra o tempo para a tirar a filhinha do xilindró e salvá-la da merda que se meteu, Paul e outros dois filhos policiais passam a investigar o caso.

Comentários: O saudoso Charles Bronson dispensa apresentações. Um grande ator, ícone da sétima arte, que deixou um legado de mais de oitenta filmes, entre eles clássicos como Sete Homens e um DestinoOs Doze CondenadosEra uma Vez no Oeste Desejo de Matar, entre outros. Uma pena que um astro com relevante serviços a sétima arte tenha tido um final tão triste e melancólico, atuando numa trilogia de telefilmes que não fazem jus a sua respeitável carreira. Bronson aparenta claramente cansado, abatido e de saco cheio da rotina de filmagens já no primeiro filme que, apesar de uma premissa interessante, se perde num roteiro muito fraco e ruim pra caralho, repleto de clichês, oscilando entre um policial convencional bem simplesinho e um dramalhão insuportável daqueles que fazem as novelas mexicanas corarem de vergonha. O mais espantoso é que o filme, que conta também com a participação de uns dos irmãos de Alec Baldwin, poderia ser dirigido por qualquer ilustre desconhecido, mas tem na batuta o mesmo cara que presenteou a sétima arte e o gênero de ação com o fodástico clássico oitentista Rambo - Programado para Matar. Mas, mesmo com todos os desméritos, o resultado não é dos piores, pois o filme não chega a ser uma merda completa, graças ao carisma de Bronson, que só com sua cara amarrada (aqui espantosamente bem menos que costume, chegando até a esbanjar simpatia), já garante respeito ao filme, que,  sinceramente, o filme não merece, muito menos a presença do saudoso astro. 


 
Na falta do trailer ou do filme completo, vai um trecho dublado.


À Queima Roupa 2 (Breach of Faith: A Family of Cops II).
Produção estadunidense e canadense de 1996.

Direção: David Greene.

ElencoCharles Bronson, Angela Featherstone, Sebastian Spence, Barbara Williams, Joe Penny, Diane Ladd, Kim Weeks, entre outros.

Blogueiro assistiu em home vídeo (DVD).

Cotação

Nota: 7,0.  

Sinopse: Um padre é brutalmente assassinando dentro do confessionário da igreja, localizada no bairro onde o inspetor Paul Fein (Bronson) passou boa parte de sua vida. Tudo leva crer que foi a máfia russa que atua na região a responsável pelo crime. À medida em que Paul, junto com seu filho Benny (Penny) e sua parceira Anna (Weeks), avançam na investigação, os membros da família Fein são ameaçados pelos bandidos.

Comentários: Mesmo sendo tão fraco  Family of Cops (convenhamos que o título original é superior ao pretensioso e nada ver título nacional) deve ter dado audiência, do contrário, os caras não teriam engatado logo uma continuação. Com uma considerável melhora no roteiro, o filme é o melhor da trilogia, deixando de lado o dramalhão do filme anterior para centralizar mais no lado policial, com direito a mais ação, mas, mantendo o respeito pela idade do astro geriátrico. Ao contrário do filme original, Bronson está bem mais a vontade, chegando até esbanjar simpatia, dando alguns sorrisinhos debochados, como se fosse um menino levado que tinha acabado de aprontar (suspeito qual seja o motivo do bom humor do saudoso carrancudo. Ao final da postagem, revelo.). Além do roteiro mais bem elaborado e um Bronson animadinho pra caralho, outra mudança significativa foi a saída de Daniel Baldwin como o filho mais velho do personagem de Bronson,sendo substituído pelo ilustre desconhecido, o fraquinho e insosso Joe Penny. Enfim, também não chega a ser um dos melhores filmes do saudoso ator (aliás, nenhum dos três chega), mas, ao contrário do primeiro e de outras tranqueiras que ele atuou, não compromete e até diverte. 


 
Trailer. 

À Queima Roupa 3 (Family of Cops III: Under Suspicion).
Produção estadunidense e canadense de 1998.

Direção: Sheldon Larry.

ElencoCharles Bronson, Sebastian Spence, Barbara Williams, Joe Penny, Kim Weeks, Torri Higginson, Nicole de Boer, Sean McCann, entre outros.

Blogueiro assistiu em home vídeo (DVD).

Cotação

Nota: 6,0.  

Sinopse: Paul Fein (Bronson) está de boa, dando uns pegas na parceira (Weeks) e prestes a ser promovido à comissário. Mas, um banqueiro muito chegado ao prefeito, é brutalmente assassinado junto com sua patroa. Para complicar ainda mais, o principal suspeito, filho do banqueiro, também é assassinado. Como se a desgraça não fosse pouca, à medida em que avança nas investigações, Paul e sua equipe descobrem que poderosos endinheirados da cidade estão envolvidos num esquema de corrupção, e Paul acaba levando a pior, pois falsas acusações que afirmam que ele faz parte do esquema são ventiladas pela imprensa sensacionalista. Mais do que resolver um caso de assassinato, Paul precisa limpar sua barra e, quem sabe, até conseguir a merecida promoção.

Comentários: Bronson e a sua família de tiras deveriam ter se aposentados em grande estilo no segundo filme. Mas, voltaram para um último ato. Não que o terceiro filme da franquia e também de Bronson seja ruim. Tem até um roteiro legalzinho, apesar dos vários furos e a tentativa frustrada de ressuscitar o dramalhão familiar, que valoriza bem mais a ação que os anteriores. Mas, deixa bastante a desejar pois quase nada funciona. Bronson continua ainda com o sorrisinho sacana de menino levado, mas, sem pique para as cenas de ação, voltando a demonstrar está de saco cheio da rotina das filmagens. Se no filme anterior, o filho mais velho é substituído, aqui a mudança é na filha caçula, tanto da atriz (sai Angela Featherstone dando lugar a Nicole de Boer), como da personagem, que de figura central e essencial da trama do primeiro filme e com um pequeno destaque interessante no segundo, torna-se totalmente avulsa, perdidona, sem nada a contribuir. Enfim, como disse, não é um filme ruim, dar para encarar e se divertir sem exigir nada de sua inteligência. Mas, o fato é que um ícone como o saudoso Bronson merecia uma despedida à altura do seu talento e legado deixado à sétima arte.

VOCÊ SABIA?

Os brutos também amam: mesmo com cara amarrada e (dizem) um mal humor do caralho, o saudoso Charles Bronson foi casado três vezes. Seu último casório foi em 1998 com a atriz Kim Weeks, parceira dele na trilogia À Queima Roupa, que, de quase figurante avulsa no primeiro filme, passou a ter destaque a partir do segundo (entendeu a minha suspeita da melhora de humor visivelmente demonstrada justamente a partir deste filme?). Curiosamente, na época do casório, Kim tinha 38 anos e Bronson tinha 77 anos, provando na prática o ditado popular "Cavalo velho, capim novo". Está explicado o sorrisinho debochado do vovô fodão.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo alagoano.

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