Era uma vez dois amigos de infância que com pouquíssima grana, mas com uma ideia na cabeça e uma câmera na mão resolveram fazer um filme. Não sei até que ponto a dupla Sam Raimi (diretor) e Bruce Campbell (ator) foram influenciados pelo nosso saudoso Glauber Rocha, mas, o resultado é que com todas as claríssimas limitações orçamentárias em 1981 A Morte do Demônio estrou nas telonas, ganhando elogios rasgadíssimos da crítica e do público, uma legião fãs do gênero do terror, duas continuações mais bem caprichadas (rumores apontam que Sam Raimi está começando a se organizar para o quarto filme) e um remake que, inclusive, é o ponta-pé inicial de uma nova franquia (o segundo já está em fase de produção). Aproveitando o lançamento deste remake que aproveito para comentar nesta postagem a trilogia original e o novo filme. Na mesma rapidez que os capetinhas dos filmes atacam, vamos aos nossos comentários.
= Excepcional. / = Muito bom. / = Bom./ = Regular. / = Fraco.
Produção estadunidense de 1981.
Direção: Sam Raimi.
Elenco: Bruce Campbell, Ellen Sandweiss, Richard DeManincor, Betsy Baker, Theresa Tilly, entre outros.
Blogueiro assistiu online (Youtube) em 11 de maio de 2013.
Cotação:
Nota: 5,0.
Sinopse: Cinco jovens desocupados, sem nenhum motivo aparente, vão passar um fim de semana numa cabana caindo aos pedaços, no meio de uma floresta esquisitíssima e horrível. Na cabana, encontram o Livro dos Mortos e um gravador onde um pesquisador ler alguns trechos do tal livro encadernado em pele humana e escrito em sangue. Quando os jovens escutam a fita, justamente no trecho que o pesquisador ler o tal trecho, não sabe que demônios são despertados e passam a tocar o terror neles.
Comentários: Particularmente, não assistir na infância este clássico oitentista, verdadeiro percursor do subgênero terrir, porque todos os meninos aqui da rua que assistiram no finado e saudoso VHS, não dormiram por noites assustados com esta merda de filme. Sim, caro internauta, mesemo sendo um clássico e tendo uma legião, o fato é que A Morte do Demônio original tem um roteiro fraco com vários furos e incoerências, piorado com um certo amadorismo de Sam Raimi. Mas, ao mesmo tempo mandando muito bem com sua inegável criatividade em diblar a falta de grana, principalmente com o movimento da câmera na época inovador, nas sequências de ataque do capeta. Somado a canastrice do elenco, o resultado final é um filminho com todo jeitão de amador, que de tão ruim, acaba sendo bom pois arranca boas gargalhadas pelas tranqueiras exageradamente sanguinolentas apresentadas.
Produção estadunidense de 1987.
Direção: Sam Raimi.
Elenco: Bruce Campbell, Sarah Berry, Danny Hicks, Kassie DePaiva, Lou Hancock, Denise Bixley, entre outros.
Blogueiro assistiu na TV aberta (Globo) e online (Youtube) em 11 de maio de 2013.
Cotação:
Nota: 6,5.
Sinopse: Ash (Campbell) e sua namorada Linda (Bixley) sem nenhum motivo aparente viajam até uma cabana no meio de um floresta. Lá, encontram o Livro dos Mortos e um gravador onde um pesquisador ler alguns trechos do tal livro encadernado em pele humana e escrito em sangue. Ao escutarem a gravação, os pombinhos despertam os capetinhas que vão infernizar a vida deles, e da filha do pesquisador, que junto com um amigo e um casal local vão à cabana.
Comentários: Com enorme sucesso que o trashão fez, continuação seria algo inevitável. E ela veio, de forma bastante melhorada, graças a intevenção do mestre do suspense Stephen King, que convenceu o produtor Dino DeLaurentis a investir no jovem talentoso Sam Raimi. O resultado é praticamente um remake infinitamente melhorado do primeiro filme (apesar de Raimi negar e dizer se tratar de uma continuação), com ótimo roteiro e sequências divertidíssimas. Assumidamente terrir, subgênero que na época estava em alta, Uma Noite Alucinante é disparado o melhor filme da franquia original. Curiosamente, com o enorme sucesso que o filme fez por aqui, o primeiro foi relançado com o título Uma Noite Alucinante 1 e, posteriormente, recebeu o título Uma Noite Alucinante: A Morte do Demônio. Por consequência, posteriormente Uma Noite Alucinante teve um 2 acrescido ao seu título.
Produção estadunidense de 1992.
Direção: Sam Raimi.
Elenco: Bruce Campbell, Embeth Davidtz, Marcus Gilbert, Ian Abercrombie, Richard Grove, Bridget Fonda, entre outros.
Blogueiro assistiu na TV aberta (Globo) e online (site Filmes Online Grátis HD) em 11 de maio de 2013.
Cotação:
Nota: 4,5.
Sinopse: Começando justamente onde o filme anterior terminou, após passar poucas e boas com os capetinhas, ao lado da namorada Linda (Fonda) e outros dois casais, Ash vai parar na Idade Média, justamente no meio de uma guerra entre dois reinos, sendo preso por ser acusado de participar do exército rendido. Após refeito o mal entendido, Ash é considerado pelos locais com uma espécie de salvador da pátria profetizado, tendo que encarar novas e velhas conhecidas criaturas infernais.
Comentários: Último filme, até agora, da franquia original, Uma Noite Alucinante 3 conta com o roteiro e a produção mais bem caprichados de toda trilogia original. Apesar disso, o filme tem um ritmo bem abaixo do seu antecessor frenético, a ponto de chegar a ser chatinho e entediante em alguns momentos. De um terror muito mal feito, passando por um remake melhorado, neste terceiro filme a franquia muda para um tom muito mais de aventura do que terror. Só consegue ser melhor que o primeiro pelo roteiro e produção muito mais caprichada. Fora isso, é uma decepção total, bem ao estilo da regra terceiro filme de uma franquia ser o mais fraco. Curiosamente, tem uma micro-participação de Bridget Fonda, no começo do filme, substituindo a ilustre desconhecida Denise Bixley no papel de Linda, namorada de Ash.
Produção estadunidense de 2013.
Direção: Fede Alvarez.
Elenco: Jane Levy, Shiloh Fernandez, Lou Taylor Pucci, Jessica Lucas, Elizabeth Blackmore, entre outros.
Blogueiro assistiu na sala 01 do Complexo Kinoplex Maceió em 22 de maio de 2013.
Cotação:
Nota: 7,5.
Sinopse: Mia (Levy) é um jovem dependente química se esforçando para sair do vício. Para ajudá-la, seus amigos e irmão a levam a uma cabana da família. Tudo ia bem até que os jovens descobrem no porão um monte de animais mortos usados em algum ritual macabro e o misterioso livro dos mortos. Um dos jovens, Eric (Pucci) resolve abrir o livro e ler justamente o trecho que despertar os capetas. Despertados, os capetas vão meter terror nos jovens, ferrando-os um por um.
Comentários: Exceção a regra dos remakes, o novo A Morte do Demônio é consideravelmente melhor que o original e suas continuações em todos os sentidos. A começar por um bom roteiro que respeita o original e ainda dar mais coerência ao enredo tão incoerente, mas, sem deixar de acrescentar algo novo a trama. Evidentemente que a produção é muito bem caprichada, exagerando bastante nos sangue, vísceras, etc., bem ao estilo da franquia Jogos Mortais. Evidente que o diretor Alvarez tem que ralar muito para chegar perto da genialidade criativa de Rami, afinal, pegou o roteiro prontinho da mente do talentoso diretor e fez apenas dar uma roupagem nova. Mas, é inegável que, pelo menos na minha opinião, o novo filme consegue o que mestre Sam Raimi não conseguiu no filme original, ou seja, dar alguns sustos, principalmente graças a trilha que se não é das melhores, pelo menos está na hora certa e em alguns momento nos faz pular da cadeira de susto. Quem curte terror grotesco repleto de seboseira, vai ficar alucinado (ops! Desculpe pelo tosco trocadilho. Rsss...) com o filme.
Rick Pinheiro.
Cinéfilo.
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