quarta-feira, 3 de abril de 2013

BOND EM DOSE DUPLA.

 = Excepcional. /  = Muito bom. /  = Bom./  = Regular. / = Fraco.   

Na tarde do último domingo, dando um passeio nas Americanas do Shopping Maceió após o almoço, tive a grata surpresa de encontrar dois filmes da franquia 007 que eu ainda não tinha em DVD. Coincidentemente cada um é estrelado por um ator diferente,  indo de um extremo ao outro: o mítico Sean Connery, considerado o melhor Bond de todos os tempos e o ilustre desconhecido George Lazenby, considerado o pior interprete do personagem. Em comum, ambos os filmes foram feitos na década de 60, auge da guerra fria, época em que os filmes da franquia tinham um roteiro bem mais trabalhado, dando mais enfase a trama de espionagem e a ação ficava em segundo plano, algo que, com certeza, entedia boa parte dos fãs da nova geração que conheceu o personagem na fase atual de ação frenética protagonizadas por Daniel Craig e seu antecessor Pierce Brosnan. Sem perder tempo, vamos aos  comentários dos filmes recém incorporados a minha videoteca digital.

Moscou contra 007 (From Russia with Love).
Produção britânica de 1963.

Direção: Terence Young

Elenco: Sean Connery, Daniela Bianchi, Pedro Armendáriz, Lotte Lenya, Robert Shaw, Bernard Lee, Lois Maxwell, Desmond Llewelyn, entre outros.

Blogueiro assistiu na TV aberta (Globo), por assinatura (Telecine Action) e em home vídeo (VHS e DVD).

Conceito

Nota8,0.  

Sinopse: James Bond (Connery) recebe a missão de ir a Turquia ajudar Tatiana Romanova (Bianchi), uma secretaria soviética supostamente apaixonada pelo espião, que deseja entregar o ultra-moderno decodificador Lektor. O que a moça e o agente secreto mais famoso do mundo não sabem que tudo não passa de um plano maligno da organização criminosa SPECTRE, que quer mais é colocar Rússia e Inglaterra para brigar, e ferrar com Bond, por ter matado o nº 2 da organização, Dr. No.

Comentários: Considerado por muitos o melhor filme da franquia, isso até novembro passado quando 007 - Operação Skyfall surpreendeu a todos, a segunda aventura de Bond nas telonas tem um roteiro muito bem escrito, ação razoável e uma das bond girls mais lindas da história. O ritmo lento, costumeiro nos filmes da franquia produzidos na época atrapalha um pouco a nossa empolgação e até em certos momentos chega a entediar um pouco, mas, é inegável que a trama bem desenvolvida e o carisma do elenco, com ótimas atuações, supera essa "deficiência" para nós acostumados a filmes de ação com ritmo bem mais acelerado e a porrada correndo solta. Enfim, um ótimo filme da franquia que merece ser descoberto. 

 
Colírio para os olhos.
Daniela Bianchi é uma das mais lindas bond girls da franquia.

 
Como todos os filmes da franquia,
segunda aventura de Bond está disponível em home vídeo.


007 A Serviço Secreto de Sua Majestade (On Her Majesty's Secret Service).
Produção britânica de 1969.

Direção: Peter Hunt.

Elenco: George Lazenby, Diana Rigg, Telly Savalas, Gabriele Ferzetti, Bernard Lee, Lois Maxwell, Desmond Llewelyn, George Baker, entre outros.

Blogueiro assistiu na TV aberta (Globo), por assinatura (Telecine Action) e em home vídeo (VHS e DVD).

Conceito

Nota8,0.  

Sinopse: Um belo dia, James Bond está passeando em seu carrinho, quando é cortado por uma motorista em alta velocidade. Um pouco mais adiante, ele percebe que a moça está prestes a cometer um suicídio. Bond salva a moça não somente da tentativa de suicídio, como também de uns brutamontes que aparecem na praia dispostos a levar a moça. Mais tarde, Bond descobre que a moça misteriosa é a condessa Theresa Draco (Rigg), que gosta de ser chamada de Tracy. Horas depois, o chefão criminoso (Ferzetti), propõe a Bond que case com a moça, em troca de uma considerável quantia em ouro. Bond pede em troca que o mafioso indique como ele pode encontrar Blofeld (Savalas), o poderoso chefão da maléfica organização criminosa SPECTRE. Bond topa encarar a moça, mas, não esperava que fosse realmente se apaixonar por ela.

Comentários: Admito que sempre assistia essa sexta aventura do agente secreto nas telonas com um certo preconceito, principalmente, por nunca ter engolido Lazenby como Bond, implicância que adquirir quando assistir o filme pela primeira vez na telinha da Globo e odiei logo de cara a piadinha infame que o personagem solta na sequência inicial, se referindo (in) diretamente a Connery que, por capricho e frescura, exigiu aumento de cachê e foi trocado pelo ilustre desconhecido canastrão. Mas, assistindo ontem com mais atenção, percebi que o filme espantosamente é um dos melhores da franquia. Percebi também que Lazenby não foi tão ruim, até se saindo muito bem nas cenas de luta. Curiosamente, Lazenby fez moda, já que o traje escocês tosco que o personagem utiliza em boa parte do filme serviu de inspiração para a composição de Austin Powers, uma das paródias mais conhecida de Bond.

O roteiro muito bem desenvolvido, que traz uma das mais interessantes histórias da mitologia do personagem, a excelente trilha, a presença da carismática e bela Rigg e do saudoso e eterno Kojak, Savalas, e as excelentes sequências de ação, sem sombra de dúvida, são os pontos positivos do filme. Curiosamente, o roteiro também é o ponto negativo, já que arrasta a trama desnecessariamente, assim como o trágico final, até hoje, para mim e muitos fãs, o mais triste de toda franquia. Mas, sem dúvida, o tiro de misericórdia e ponto alto do filme ser um dos mais malhados da franquia, é a falta de carisma de Lazenby, que mesmo com inegável e percebível claramente esforço, não convence como Bond.  

Enfim, entre prós e contra, o fato é que o controverso 007 A Serviço Secreto de Sua Majestade é um ótimo filme da franquia, que merece ser conferido, principalmente, pela curioso fato inédito do agente secreto mais famoso do mundo ser flechado pelo cupido e se amarrar, mesmo que sua alegria dure pouco. Com certeza se Bond tivesse  sido interpretado por Connery ou até se  tivesse sido a estreia de Roger Moore, a história seria outra e o filme figuraria entre os melhores da franquia, como percebi ontem que de fato é. Descubra e tire suas próprias conclusões.  

 
Agente secreto pegador amarrado?
Momento histórico e único foi protagonizado pelo
ilustre desconhecido Lazenby.

Preciosidade curiosa disponível em home vídeo. 

 

Rick Pinheiro.
Cinéfilo.

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