Elenco afiadíssimo e roteiro muito bem escrito fazem de Lisbela e o Prisioneiro um dos melhores filmes nacionais de todos os tempos.
Existem comédias que mesmo sendo exibidas infinitas vezes conseguem a proeza de continuarem engraçadas, arrancando gargalhadas facéis todas as vezes. Charles Chaplin, Abbot e Costello, O Gordo e o Mago, Os Três Patetas, Terence Hill e Bud Spencer, Chespirito, Os Trapalhões, entre tantos outros mestres do risos da telonas e da televisão são bons e clássicos exemplos desta verdade. Infelizmente, nos dias de hoje, poucos são os filmes que conseguiram atingir este altísimo nível de ser engraçado para sempre. O diretor Guel Arraes pode não ser ainda um gênio da sétima arte e da televisão como os citados, mas, conseguiu esta proeza com dois mega-sucessos do nosso cinema: O Auto da Compadecida e Lisbela e o Prisioneiro, este exibido na noite de ontem no canal por assinatura Fox.
O filme é o primeiro dirigido por Arraes exclusivamente para o cinema (os filmes anteriores O Auto e Caramuru - A Invenção do Brasil são edições de minisséries da Globo) é a terceira parceria do diretor com Selton Mello que interpreta de forma carismática e arrebenta como o picareta Leléu que vive na estrada aprontando das suas e dando uns pegas na mulherada, sem se apegar a nenhuma. Até que um belo dia, numa cidadezinha do interior de Pernambuco, conhece a romântica e cinéfila mocinha Lisbela (Débora Falabella, num show de atuação e quimica perfeita com Mello, numa personagem leve e divertida que nada lembra a amargurada e vingativa Nina da atual novela das oito global), filha do delegado da cidade (André Mattos, hilário). Os dois se apaixonam e teriam tudo para viver uma linda história de amor bem ao estilo dos romances hollywoodianos que a moça tanto ama, se ela não fosse noiva do figuraça, metido à carioca, Douglas (Bruno Garcia, surpreendendo e roubando a cena num elenco de grandes atores). Além disso, chega a cidade o terrível e sanguinário pistoleiro Frederico Evandro (Marco Nanini, como sempre dando um show), querendo mandar Leléu desta para uma melhor, por ele ter dado uns pegas na sua mulher (Virginia Cavendish, ótima).
Com um roteiro muito bem adaptado por Guel Arraes, que também arrebenta na direção, um elenco afiadíssimo onde cada um brilha e dá um show de atuação particular (além dos citados, outro que também rouba cena, arrancando gargalhadas é o figuraça Tadeu Melo), e um trilha sonora que meso regular arrebentou nas paradas de sucesso (Caetano Veloso e Elza Soares assassinam dois clássicos populares) Lisbela e o Prisioneiro é um filmaço engraçadíssimo que arranca gargalhadas facéis a cada exibição, mesmo daqueles que como este blogueiro já assistiram várias vezes esta verdadeira obra-prima do nosso cinema. Uma comédia que entra no seleto e cada vez mais raro rol dos filmes do gênero que nunca perderão a graça. Para ser visto e revisto infinitas vezes. Diversão garantida. Imperdível! Nota 10,0.
Rick Pinheiro.
Cinéfilo.
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