Remake de O Vingador do Futuro traz Colin Farrell em papel que em 1990 foi de Arnold Schwarzenegger.
Refilmar sempre é um risco. E o risco ainda é triplicado quando inventam de produzirem uma nova versão de um filme relativamente recente, como O Vingador do Futuro, clássico do começo dos anos 90 dirigido pelo mestre Paul Venhoven e estrelado por Arnold Schwarzenegger, que ainda está fresquinho na cabeça do público, já que o original ter feito um enorme sucesso, vem sendo reprisado até hoje nas emissoras televisivas. Um desafio e tanto, que corajosamente o diretor Len Wiseman resolveu encarar e ousar um pouco, a começar por trocar a força bruta de um brucutu pelo talento interpretativo, ao escalar Colin Farrell para dá vida ao personagem que no original foi de Arnold Schwarzenegger. Ousou também em fazer algumas pequenas, mas significativas mudanças no roteiro, como tornar a Lori, que no original foi de Sharon Stone e agora é defendida brilhantemente por sua esposa, Kate Beckinsale (a Selena da franquia Anjos da Noite) uma das personagens mais fodásticas do filme, deixar Marte apenas como citação numa minúscula e rápida piadinha sem graça, ambientando a trama aqui na tela, e por tabela eliminando as bizarrices dos marcianos toscos, como a anã prostituta, o oráculo que saia da barriga de um cara e o E.T. com uma vagina no lugar da testa, apesar de, inexplicavelmente, manter a quenga com três tetas, e ainda por cima utilizar um visual interessantíssimo, ao estilo de Blade Runner, outro clássico da ficção científica. Mas, as mudanças param por aí, já que o novo filme manteve praticamente o mesmo enredo.
No novo O Vingador do Futuro, filme que eu assistir no final da noite de ontem na sala 3 do Complexo Kinoplex Maceió, após uma guerra química no final do século XXI, o mundo se dividiu em dois países, comandando pelo chanceler Cohaagen (Bryan Cranston). Doug Quaid (Farrell) é um operário de fábrica de robôs policiais, que todos os dias, sai do país dos pobretões para atravessar o mundo e ganhar a vida na fábrica de robôs policiais. Mesmo casado com a belíssima Lori (Beckinsale), o cara está entediado com a vida rotineira que vive. Pertubado com um pesadelo, repleto de ação, que tem toda noite, o cara resolve procurar a Recall, empresa que faz implante de lembanças falsas. É quando descobre que na verdade, sua memória já teve um implante e passa a ser perseguido pela polícia, vindo posteriormente a descobrir que sua vida na verdade, não é como ela achava que era, e que de fato, ele é o agente Hauser, que se infiltrou na resistência, mas, por se apaixonar por Melina (Jessica Biel), acabou mudando de lado.
O enredo tenta ser um pouco mais real que o filme original (ambos não seguem corretamente sua fonte inspiração, o conto de Philipi K. Dick) e um ritmo de ação bem mais acelerado do que o filme protagonizado por Arnoldão. O roteiro é razoável e acertar também em tornar a Lori uma personagem bem mais interessante e durona que a original, sendo uma espécie de fundição entre a original e o perseguidor implacável de Quaid interpretado de forma competente por Michael Ironside. Outra personagem que também se tornou mais fodástica foi a Melina. Sem dúvida as duas personagens, principalmente a vilã, são os grandes destaques desta nova versão, já que Beckinsale e Biel, se entregaram por completo as cenas de ação, assim como Farrell, que também suor muito e arrebentou nas sequências mais corridas.
A parte técnica é outro ponto forte da nova versão. O cenário é explendoroso, de encher os olhos, assim, como os efeitos especiais. Neste ponto, e apenas neste, é uma covardia fazer comparação entre os dois filmes, já que os tempos de hoje são outros, já que vinte e dois anos entre o original e o remake ocorreram inúmeros avanços na tecnologia, logo, os recursos de hoje são bem mais ilimitados que os daquela época. Sem sombra de dúvida, a agilidade do elenco, o ritmo mais rápido e a parte técnica dá um show em cima do original.
Em contrapartida, o resultado final do novo O Vingador do Futuro apanha feio do original, que é muito mais divertido. Não chega a ser um filme ruim, principalmente pelos méritos supracitados, já que o remake também é empolgante, envolvente e diverte. Só perde mesmo nas inevitáveis comparações com o original. Enfim, um ótimo filme do gênero ficção, bem acima da média atual, que cumpre direitinho sua função de entreter sem compromisso. Dar para encarar e se divertir numa boa. de preferência, quando for ao cinema, tentar por alguns instantes tentar bancar o Quaid, apagando da memória o original, Tarefa difícil e praticamente impossível, mas, não custa tentar. Nota 8,0.
Rick Pinheiro.
Cinéfilo.
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