quarta-feira, 15 de agosto de 2012

CLÁSSICOS DA AMÉRICA VÍDEO: KINJITE - DESEJOS PROIBIDOS.

Saudoso Charles Bronson arrebenta em filme que hoje seria politicamente incorreto.

Um policial durão,  com marcação cerrada em cima de um cafetão de menores, que sem nenhum pudor ou peso na consciência transgride a lei, com direito a usar um consolo como arma letal para detornar um pedófilo endinheirado. Estaríamos falando de um herói que nos dias de hoje gostaríamos de ter na vida real fazendo que os tarados e pedófilos soltos por aí,  literalmente falando, tomem naquele canto. Mas, que sequer aparece no mundo da ficção, devido aos chatíssimos defensores dos direitos humanos, que a qualquer coisa é motivo para acionar a justiça. Com certeza, o saudoso Charles Bronson e seus filmes de ação classe "C", repleto de cenas e enredos politicamente incorretos não teriam espaço nos dias de hoje, pois esses malas sem alça que acham que protestando por causa do filme ao invés de se preocuparem com coisas bem mais sérias, estarão salvando o mundo de crimes horríveis como a pedofilia, iriam cair matando em cima dele. Ainda bem que Kinjite - Desejos Proibidos foi produzido em tempos, digamos, menos chatos e, por incrível que pareça, um pouco mais liberais que o nosso moderníssimo século XXI.

Último filme do astro produzido pela saudosa Cannon e também o último dirigido por J. Lee Thompson, que havia dirigido Bronson em outros oito filmes, a maioria pela Cannon, Kinjite traz o saudoso ator de cara amarrada como Crowe, o tal policial descrito no começo desta postagem, que está perseguindo impiedosamente o cafetão Duke (Juan Fernández, presença frequente em filminhos de ação B da época, geralmente como coadjuvante e vilão). Um dos casos de Crowe, é investigar o sequestro de uma garotinha (Kumiko Hayakawa), filha de um empresário japonês, taradão, recém-chegado na cidade. Irônicamente, o taradão é justamente o cara que, dias antes, passou a mão a na filha adolescente de Crowe (Amy Hathaway).

A originalidade e ousadia propostas ficam apenas na pretensão, já que trata-se de  um filme de  ação  B, típico de Bronson made in Cannon, com um roteiro tosco, repleto de furos e com um Bronson visivelmente envelhecido e cansado para as cenas de ação (em algumas delas, conseguimos ver claramente o dublê bem mais novo.). O resultado final é um filme de ação B regular, bem nos padrões de outros produções da saudosa produtora, com Bronson fazendo rir, com as atitudes absurdas e duronas do  personagem, com seu jeito peculiar e nada heroico (em certo momento, seu personagem abre o verbo, esculhambando todos os orientais, numa absurdo e impressionante discurso 100% racista.) e de fazer justiça da forma nada convencional (além do uso do consolo no pedófilo milionário, Crowe faz Duke engolir um relógio e, ao final do filme, ser enrabado na prisão, com direito a fala "Isso é que Justiça!", cena que curiosamente tem uma rápida aparição de um novato Danny Trejo, como um dos presos doido para enrabar o cafetão pedófilo). Presença  frequente nos bons tempos do Domingo Maior e da saudosa sessão Intercine, Kinjite - Desejo Proibido é um filminho de ação classe B que diverte e agrada aos fãs do gênero da ação, mesmo sendo tão tosco. Nota 8,5.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo.

 
Parece Chuck Norris, mas não é.
É seu ex-colega de Cannon, Bronson detornando a bandidagem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário