sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

HOLMES, SHERLOCK HOLMES

Filmes.
Holmes, Sherlock Holmes.

Uma tendência recente de Hollywood é a modernização de clássicos da literatura. Particularmente, não tenho nada contra, mas, da forma como vem sendo feita, o resultado sempre é fustrante e, na maioria das vezes, um atentado a obra original. Até agora, a exceção a regra é Sherlock Holmes, versão do diretor Guy Ritchie para o célebre detetive londrino criado por Sir Arthur Conan Doyle e que, por incrível que pareça, este cinéfilo só assistiu na madrugada de hoje, embalado pela estreia do segundo filme no dia de hoje. Nesta nova roupagem, o inteligentíssimo detetive, que já pintou nas telonas por mais de duzentas vezes, agora ganha vida na pele do carismático Robert Downey Jr., enquanto que Jude Law vive seu fiel parceiro, Watson. As características originais dos personagens e o clima de mistério permanecem, o que torna o filme superior as demais adaptações de outros clássicos da literatura. Só que agora com uma dosagem alta de ação e uma boa pitada de humor na medida certa.

O filme já inicia de forma eletrizante, com Holmes correndo pelas ruas de Londres, para salvar uma moça que está prestes a ser sacrificada pelo misterioso e temível Lorde Blackwood (Mark Strong), num ritual de magia negra. Logo após, vemos a parceria entre Holmes e Watson ser abalada, por este está de casamento marcado com Mary Morstan (Kelly Reilly). Mas antes da dupla pensar em ser desfeita, Blackwood, que havia sido enforcado, misteriosamente retorna da tumba e volta a assombrar Londres com suas pervesidades. Neste meio tempo reaparece Irene Adler (a lindíssima Rachel McAdams), uma experiente ladra que mexe com a cabeça do detetive mais inteligente de todos os tempos. A dupla, então, corre contra o tempo para evitar que um mal maior seja despertado pelo sombrio vilão.

Sherlock Holmes tem um roteiro muito bem escrito que mantem todo climão de mistério dos livros e  a inteligência acima de comum do personagem. Mas, além de queimar os neurônios como de costume, nesta nova versão, o célebre personagem usa a força física, com direito a sair na porrada, num ringue clandestino, só para arrumar alguma grana, enfim, assim como aconteceu com James Bond, Holmes aqui ganha status de herói de ação. Uma mudança e tanto para um personagem imortalizado pelo seu intelecto do que pela força física. Mudança radical que deve ter feito muitos fãs do personagem terem se invocados, mas, ao meu ver, nada que estrague o personagem. Muito pelo contrário, a tentativa de tornar Holmes mais atrativo para geração do século XXI deu certo e somos presenteados com um personagem carismático e divertido, que ganhou mais forças graças ao talento de Downey Jr. que, como sempre, dar um show e nos diverte com uma excelente atuação que merecidamente lhe rendeu o Globo de Ouro de Melhor Ator Comédia/Musical. A química entre ele e Law é perfeita, e ambos seguram bem seus respectivos personagens nesta nova roupagem.

Além de um ótimo roteiro e um elenco afiadíssimo dirigido de forma brilhante pelo talentoso Ritchie, o filme também conta com uma excelente trilha composta e conduzida por Hans Zimmer, que embala perfeitamente as eletrizantes sequências, que foi indicada ao Oscar, junto com a Direção de Arte que também está explêndida. Destaque também para os figurinos, que retratam perfeitamente a época em que o filme se passa.

Apesar da significativa mudança e modernização dos personagens, é inegável que Sherlock Holmes é um filmaço que diverte, empolga e prende a nossa atenção do começo ao fim. Com ritmo eletrizante, o filme não somente consegue superar todas as atuais adaptações de um clássico da literatura, como também está no topo da lista das melhores adaptações de todos os tempos. Em síntese, diversão garantida. Um aperitivo perfeito que nos deixa mais ansioso para assistir o novo filme, que traz de volta o trio de protagonistas e o diretor Guy Ritchie. Promete ser tão bom quanto o original, que recebe deste blogueiro a nota 9,5.

Rick Pinheiro.
Cinéfilo.

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