Clássicos da América Vídeo: Série American Ninja.
Era uma vez, uma produtora de filmes "B" chamada Cannon Films que fez um enorme sucesso nos saudosos anos 80. Entre os grandes sucessos destes filmes de baixo orçamento estavam meia-dúzia de filmes cujo os personagens eram ninjas, os milenares e fatais assassinos japoneses, que na versões produzidas por Menanhem Golan e Yoran Globus, eram quase indestrutíveis ("Só um ninja pode destruir outro ninja!", nos ensinava o ninja caolo interpretado por Sho Kosugi, antes de encarar a personagem da lindíssima mas sumida Lucinda Dickey, possuída por um ninja assassino em Ninja III - A Dominação, clássico da saudosa sessão televisiva Domingo Maior da Rede Globo). Mesmo sendo toscas já na época que foram produzidos, os filmes estrelados por ninjas eram divertídissimos e fazia a festa dos fãs do gênero. Destaque para franquia American Ninja que no Brasil, recebeu o título de Guerreiro Americano, com cinco filmes, produzidos entre 1985 e 1993.
A Cannon já tinha realizado três filmes da série Ninja, estrelada pelo atualmente sumido Kosugi (o terceiro e último, é justamente o mencionado acima, que tem a gata possuída, curiosamente o filme da série que fez um estrondoso sucesso nas nossas locadoras), quando em 1985, lançou o primeiro American Ninja/Guerreiro Americano, escalando o talentoso mas que não lutava absolutamente nada, Michael Dudikoff, um ator do segundo escalão hollywoodiano, que até então, tinha como personagem mais memorável um dos amigos de Tom Hanks, na divertida comédia A Ultima Festa de Solteiro. Por ser bom ator e bastante carismático, o cara acabou convencendo o público que não somente era bom de briga, mas que era uma fera nas artes marciais, mesmo que na verdade, nunca tivesse praticado absolutamente nada.
A trama do filme é simples mas a mais bem elaborada de toda franquia. Joe Amostrong (Dudikoff) é um soldado do exército norte-americano, caladão e sem memória, recém-chegado a companhia. Logo de cara, o comboio militar que transportava armamentos é atacado por ninjas e o estrago só não é maior, porque o misterioso novato detona com os larápios mascarados e acobráticos, e de quebra, ainda salva a lindíssima filha mimadinha de um general (a carismática, mas sumida Judie Aronson), o que causa uma certa hostilidade com os seus colegas de fardas, já que ao contrário da moça, outros quatro soldados partiram para terra do pé-junto. Evidente que os ninjas liderados pelo cruel (e tosco, é claro) Black Star Ninja (Tadashi Yamashita, que já tinha atuado em diversas produções do gênero, incluindo o clássico memorável Operação Dragão, com o saudoso Bruce Lee e o também clássico, mas tosco, Octagon - Escolas para Assassinos, com Chuck Norris) não gostaram nadinha da interferência do misterioso ninja americano e voltam para terminar o serviço e de quebra, eliminar o pentelho ninja.
Tudo isso mera desculpa para muita ação, do começo ao fim, que ganhou forças e agrada graças ao carisma de Dudikoff. Ele e Aronson, formam um divertido casal e têm um química perfeita tão boa quanto a dele com o saudoso Steve James (que também atuou em filmes de Chuck Norris, com destaque para Comando Delta), que deu vida ao figuraça Curtis Jackson, o mais divertido personagem da franquia, que deu as caras em mais duas continuações.
Dirigido pelo especialista em filmes de ninja Sam Firstenberg, com ação na medida certa e um protagonista bastante carismático, American Ninja/Guerreiro Americano é um filmaço "B", muito divertido, que dar um banho em muitas super-produções, principalmente, de hoje em dia. Um clássico dos anos 80, que fez a nossa alegria nas noites de domingos. Bons tempos que, infelizmente, os programadores televisivos insistem que não voltem mais.
Com o baixo orçamento e um protagonista que enganava muito bem, American Ninja fez um enorme sucesso e dois anos depois, em 1987, a dupla carismática Dudikoff e James voltam a encarar perigosos e acobráticos ninjas em American Ninja 2 - O Confronto, que no Brasil recebeu o título de A Volta do Guerreiro Americano, e fez um estrondoso sucesso nos cinemas e nas video locadoras. Desta vez, a dupla figuraça é enviada a uma ilha do Caribe para investigar o frequente sumiço misterioso de fuzileiros. Descobrem que por trás do desaparecimento, está um perigoso traficante de drogas que tem um exército particular de ninjas. O destaque tosco vai para um patético e frouxo fuzileiro traidor, que fica roendo unhas quase todo filme.
Mesmo com uma trama bastante inferior a do do primeiro filme e o afastamento da talentosa Judie Aronson, substituída por uma sem graça e canastrona atriz, o filme é supreendentemente divertido, graças ao número maior de sequências de ação, embaladas por uma animada e inesquecível trilha latina e o humor elevado ao extremo, que prende atenção e arranca gargalhadas facéis, graças, principalmente a James, ainda mais a vontade no personagem e na parceria com Dudikoff.
O segundo filme da franquia consegue a proeza de superar o seu fraco roteiro e ser uma continuação tão boa quanto o original, superando-a ligeiramente. Em síntese, mesmo com os sérios limites orçamentários, A Volta do Guerreiro Americano é um filmaço divertidíssimo e envolvente, o mais divertido da franquia, que infelizmente anda sumido tanto das emissoras televisivas quanto das prateleiras das locadoras e lojas. Um clássico filme "B" que precisa ser descoberto.
Com o sucesso, vem as cobranças de salários mais altos e/ou as recusas em voltar a fazer um filme de uma franquia. Acredito que um destes deve ter sido o motivo para o diretor Firstenberg e o protagonista Dudikoff darem adeus a franquia. Em seu lugar, entra o estreante David Bradley, que ganhou o papel após a recusa de Kurt McKinney, o jovem protagonista de Retroceder Nunca... Render-se Jamais!. Em 1989, American Ninja 3- Caçada de Sangue, que aqui ganhou o exageradamente extenso título de American Ninja 3 - O Dragão Americano - Caçada de Sangue (a Globo foi mais esperta e simplificou para Guerreiro Americano 3), motivado pelo estouro de O Grande Dragão Branco, chega as locadoras, com Bradley interpretando Sean Davidson, um lutador profissional de artes marciais, que quando criança, após ver o pai, também lutador, ser assassinado, é levado pelo seu mestre ao Japão. Anos depois, já adulto, irá participar de um torneio numa ilha caribenha, e junto com seu colega de competição, Curtis Jackson (James, de volta ainda mais hilário), acabam descobrindo que o patrocinador do evento é um criminoso megalomaníaco, que produz um vírus letal e tem seu próprio exército de ninjas.
A série ganha um protagonista que realmente luta, mas que como ator deixa um pouco a desejar. Bradley, que após a sua participação na série, fez uma curtíssima carreira como ator de filmes de ação "B", até convence, mas não tem o mesmo carisma de Dudikoff. E a tosca trama, que peca pelos exageros de furos e incoerências ridículos de um péssimo roteiro, só complicou a estreia de Bradley na franquia e nas telonas. A presença de James é deslocada e claramente o personagem só está no filme, para garantir a autenticidade da série (rapidamente, Jackson menciona Joe, protagonista dos filmes anteriores), que já tinha uma meia-dúzia de imitação. Com toda deficiência, o terceiro filme da franquia consegue divertir, mas não por ser bom, pelo contrário, por ser tão pateticamente ruim. Diversão boba e esquecível, que não faz jus a franquia.
Com um novo protagonista mais fraco que o original, a série deveria ter encerrado no terceiro filme. Mas, um ano depois, um novo filme da franquia é produzido. A premissa era interessantíssima e tinha tudo para gerar um filmaço, já que tiveram a brilhante ideia de unir os dois American ninja, Dudikoff e Bradley. Mas, o resultado é frustante, já que American Ninja 4 - A Aniquilição, que no Brasil recebeu o título de O Grande Kickboxer Americano - A Aniquilação dos Ninjas, é uma porcaria em todos os sentidos. A trama é patética, sem nexo nenhum, que pessimamente divide o filme no meio entre os dois protagonistas, e resume-se em Sean (Bradley), numa imitação tosca e patética de James Bond, enviado em missão, mas acaba sendo capturado e os caras recorrem ao seu melhor amigo, mas aposentado agente Joe (Dudikoff), para resgatá-lo. Tudo dar errado nesta trama tosca, que gerou uma merda de filme.
Curiosamente, os dois atuam pouquíssimo juntos (será que existia na vida real uma rivalidade entre eles?), resumindo a uma tosca e mal editada sequência de embate e os dois detonando os ninjas, também numa mal editada na sequência final do filme. O roteiro é muito mal escrito, que manchou por completo uma franquia que não tinha lá bons roteiros, mas que ao menos divertia. Afastar o personagem Jackson (provavelmente pelo ator Steve James encontra-se doente, pois faleceu em 1993), único elo de ligação entre os american ninja, tornou-se uma falha mínima diante de tantos furos grosseiros do roteiro.
Em síntese, uma excelente ideia, jogada no lixo por um péssimo roteiro e que acabou gerando não somente o pior filme da franquia, como de todos os tempos. Curiosamente, até onde me lembro, o filme é o único da franquia que não apareceu na telinha da Globo ou de outra emissora aberta. Este sim, merecidamente, é um filme para ser esquecido e banido da face da terra.
Em síntese, uma excelente ideia, jogada no lixo por um péssimo roteiro e que acabou gerando não somente o pior filme da franquia, como de todos os tempos. Curiosamente, até onde me lembro, o filme é o único da franquia que não apareceu na telinha da Globo ou de outra emissora aberta. Este sim, merecidamente, é um filme para ser esquecido e banido da face da terra.
Após um péssimo e tosco filme, acreditava-se que a franquia American Ninja estava morta e enterrada para sempre. Mas, em 1993, já com a Cannon em processo da falência, Bradley estrela o quinto e último filme da franquia, tendo como colega de cena, o saudoso Pat Morita, o eterno Sr. Miyagi, numa trama bastante infatlizada, já que a série, como muitas outras dos anos 80, tinha conquistado também fãs mirins. Em American Ninja 5 - O Pequeno Ninja (único filme da série distribuído pela Warner Home Vídeo e não pela América Vídeo), Bradley interpreta Joe Kastle (não me pergunte o porquê da mudança de personagem), lutador americano de passagem pela Colômbia, que junto com um pirralho parente de um mestre amigo de Joe (Pat Morita, totalmente desperdiçado), tentam salvar um cientista e sua filha, das garras de um tosco vilão, que tem como guardas-costas um exército de... Advinha, galera? Quem pensou ninjas, acertou em cheio. A caracterização carnavalesca do líder dos ninjas metido a Power Ranger é risível de tão tosca.
O filme consegue recuperar a franquia do estrago do filme anterior, mas em comparação aos três primeiros é bastante fraquinho, principalmente, pela trama ter sido adaptada para o público em geral. Nem mesmo a presença do saudoso Pat Morita, que pouco aparece e acrescenta a trama, consegue salvar o filme da mediocridade. Em síntese, um filme bonitinho, bem típico para ser exibido na Sessão da Tarde, e nada mais do que isso. Nem influi, nem contribui com a franquia, que na verdade deveria ter parado no segundo filme.
Mesmo com roteiros mal escritos, repletos de furos absurdos e produções com orçamento claramente limitados, é inegável que os filmes da franquia American Ninja (com exceção do quarto) são bastante divertidos. São clássicos trashões que chegam a ser superiores a muita super-produção atual e hoje consegue a grande proeza de nos deixar na saudades.
Rick Pinheiro.
Mesmo com roteiros mal escritos, repletos de furos absurdos e produções com orçamento claramente limitados, é inegável que os filmes da franquia American Ninja (com exceção do quarto) são bastante divertidos. São clássicos trashões que chegam a ser superiores a muita super-produção atual e hoje consegue a grande proeza de nos deixar na saudades.
Rick Pinheiro.
Cinéfilo.
Muito bom seu post sou um fã da série american ninja realmente não se fazem mais filmes como antigamente, só um comentário sobre o 4º filme da série eu não o achei tão ruim assim conseguiram trazer de volta o Armstrong ao filme numa idéia plausivel ao filme, ruim pra mim mesmo é o quinto da série uma porcaria de primeira! Gostava do david bradley também pena que sumiu e quanto ao dudikoff merecia mais sucesso em sua carreira e reconhecimento para ele pois pra mim ele é insuperável um mito! E tenho dito! Abraço! se quiser trocar mas idéias sobre o filme me ad no msn fernandoveronezi9@hotmail.com
ResponderExcluirfaloww
Agradeço aos comentários. Seja sempre bem vindo a nos visitar e a deixar seus comentários. Atualmente, estou usando pouquíssimo o MSN, mas, tão logo eu entre, pode ter certeza que irei te add para debatemos sobre esta franquia que nos deixa com tanta saudades.
ResponderExcluirAbraços!!!! Fik c Deus!!!!!
muito bom sou eternamente fan.
ResponderExcluirSomos 2. Uma pena mesmo que as emissoras televisivas do nosso país ignorem esses clássicos inesquecíveis e muitos divertidos.
ResponderExcluirCaraca Man sou o Fernando que escreveu em 2012 para você logo acima! E cá estou aqui nessa quarentena relendo meu comentário de outrora e suas opiniões sobre os filmes ''B'' especialmente as sequências do American Ninja. Caro amigo, você faz ideia de quando foi a ultima vez que a Rede Globo exibiu um dos filmes do American Ninja? (Ahh e pra mim o pior de todos foi o AM N 5, falar a verdade prefiro o AM N 4 do que o 3).
ResponderExcluirGrande Abraço!!!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOi Fernando!
ResponderExcluirSeja bem-vindo de novo! Muito obrigado pela visita e pelas palavras! Volte sempre!
Rapaz, posso está engando, mas, assim de cabeça, acredito que American Ninja não é exibido na Globo a pelo menos uns quinze anos.
Sobre qual pior filme da franquia é simplesmente questão de gosto pessoal. Realmente, o quinto infantilizaram demais a trama, mas, pelo menos, essa ainda é um pouquinho mais organizada que a do quarto filme, que é um verdadeira samba do crioulo doido, desperdiçando o que deveria ser o grande encontro dos American Ninja.
Grande abraço! Fica com Deus!