Sejam bem vindos, A Hora do Espanto, verdadeira!
Com a frase que dar título a esta postagem, o vampiro Jerry Dandrige finalmente revelava sua verdadeira face, no clímax do clássico oitentista A Hora do Espanto, cujo o remake em 3-D estreiou ontem em nossos cinemas. Aproveitando esta esperada estreia (ao menos por mim) e ainda tentando manter o compromisso de comentar semanalmente um série de filmes que marcou a história do cinema, passo a comentar agora a versão original e também a continuação daquele que na minha opinião figura na lista dos melhores filmes de terror de todos os tempos e disparado o melhor do sub-gênero terrir (mistura de terror com comédia). Como sempre digo, sem perder tempo, vamos ao que interessa.
Em 1985, época em que os filmes teens e os de terror arrebentavam nas bilheterias, e décadas antes da Saga Crepúsculo esculhambar e afrescalar a imagem dos vampiros, A Hora do Espanto chegou as telonas. Neste filme dirigido por Tom Holland, o adolescente Charley Brewster (William Ragsdale, ótimo) descobre que seu novo vizinho, Jerry Dandrige (Chris Sarandon, um dos melhores vampiros de todos os tempos, na melhor e inesquecível atuação da sua carreira). Não levado a sério pela namorada Amy (Amanda Bearse, linda e competente) e seu amigo Ed Thompson (Stephen Geoffreys, ladrão de cena), Charley procura o caçador de vampiros e apresentador de TV Peter Vicent (o saudoso Roddy McDowall, no melhor papel de sua carreira), que até então nunca tinha encarado verdadeiramente o sobrenatural.
Com um roteiro muito bem escrito e criativo, que mescla perfeitamente sustos e situações hilárias, o primeiro A Hora do Espanto, é um filme excepcional, e para mim, está entre os cinco melhores filmes de terror de todos os tempos e primeiríssimo lugar do sub-gênero terrir. Mas, um bom roteiro para produzir um filme excepcional, necessita de um elenco afiado. Algo que o filme tem de sobra, já que conta com talentosos atores, que estão bem a vontade em seus personagens, com uma química perfeita entre eles.
Na parte técnica, o filme também é um show à parte. Os efeitos especiais impressionam, assim como a perfeita maquiagem, que torna os bonitões vampiro e suas vítimas transformadas, assustadores até hoje. A fotografia é outro ponto positivo, dando o filme um ritmo e visual de videoclipe, bem comum em boa parte das produções da época.
E falando em videoclipe, outro ponto alto do filme é a trilha sonora excepcional, dançante e hoje nostálgica, que dar todo clima ao filme, sendo um atrativo a mais. Sem exagero nenhum, mas, a trilha sonora de A Hora do Espanto, para mim, está entre as melhores de todos os tempos. Mais uma lista que o filme figura e está muito bem possicionado. Curiosamente, nenhum dos artistas que a compõem vingaram após os anos 80. Ao menos entraram para a história do cinema, com suas inesquecíveis músicas, para este clássico do cinema moderno.
Com um enredo envolvente muito bem escrito, atuações memoráveis, parte técnica competente e trilha sonora empolgante, A Hora do Espanto é um filmaço de primeira, que, infelizmente, entra na inexplicável lista de ótimos filmes que pegam poeira nos porões das emissoras televisivas brasileiras, abertas e por assinatura. Colin Farell e companhia terão que se virar nos 30, para ao menos tentar se igualar ao nível desta obra-prima pop. Um clássico oitentista imperdível.
Como toda regra do cinemão norte-americano, o filmaço ganhou vários genéricos (entre eles o tosco, mas divertido Vamp, com Grace Jones, e o excepcional Garotos Perdidos) e uma desnecessária continuação. Em 1989, A Hora do Espanto 2, chegou as telonas, sem o mesmo brilho do original, mas, com o mérito de não ser um filme ruim, mas, tão bom quanto aquele filmaço. Na trama, a linda e sensual Regine Dandrige (Julie Camem, competente) e seus fiéis escudeiros (entre eles o canastrão Brian Thompson, que fez o vilão psicótico em Stallone Cobra), aparecem na vida de Charley (Ragsdale) e sua nova namorada Alex (a esforçada Traci Lind, fraquinha). Na verdade, Regine é vampira, irmã de Jerry, morto por Charley e Vicent (McDowall) no original, que deseja detornar com a dupla de heróis.
O filme é praticamente uma cópia do filme original, trocando apenas os papéis. Se naquele excepcional filme, a namorada de Charley era vítima de um vampiro sedutor, desta vez é o próprio que se ver perigosamente envolvido por uma sedutora vampira, cabendo mais uma vez ao lendário herói televisivo Peter Vicent, salvá-lo e, juntos, detornarem mais uma vez, com a turma vampiresca. O roteiro continua dosando bem comédia com terror, mas sem o mesmo brilho do original.
Mesmo seguindo a regra da maioria das continuações serem inferiores aos seus originais, A Hora do Espanto II consegue divertir e causar alguns sustos. Não chega a ser um clássico moderno, muito menos é inesquecível como o primeiro filme, mas pelo menos não é um filme ruim. Vale a pena ser conferido!
Rick Pinheiro.
Cinéfilo.
Chris Sarandon como Jerry. Um dos melhores vampiros de todos os tempos. |
Elenco excepcional é um dos destaques do clássico oitentista A Hora do Espanto. |
Charley Brewster em suas duas versões. Será que o original será superado pelo remake? |
Peter Vicent (McDowall): Herói na TV, cagão diante de um perigo real. |
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