Nenhum susto e empolgação à moda antiga, em sessão dupla de cinema.
Paralisação nacional justamente no dia onde o ingresso de cinema é mais barato, é um deleite para qualquer cinéfilo. Enquanto a galera do SINTEAL, realizava suas manifestações, revidicando os nossos direitos, em especial da implantação do piso salarial, aproveitei para relaxar um pouco, encarando um sessão dupla de cinema, no Complexo Kinoplex, conferindo os dois lançamentos do último fim de semana, os quais, passo a comentar a partir de agora.
FÓRMULA VISIVELMENTE DESGASTADA.
O primeiro que assistir, na sala 6, foi o terror (que para mim está mais para comédia) Atividade Paranormal 3, terceiro filme da rentável franquia (paralelo ao segundo foi realizado uma versão oriental da franquia, Atividade Paranormal - Tóquio, que, mesmo mencionando os fatos do primeiro filme, por algum motivo, não é considerado da franquia), que particularmente, já deu o que tinha que dar. Neste novo filme, ao invés de começar de onde parou o último filme, os roteiristas tiveram a "brilhante" ideia de contar fatos ocorridos no passado (os protagonistas dos dois filmes anteriores aparecem no começinho, apenas como desculpa esfarrapada e mal elaborada, para estamos assistindo as fitas velhas), já que trama se passa em 1988, quando as irmãs protagonistas dos filmes anteriores ainda são crianças. A caçulinha tem um amigo imaginário bastante real, já que na verdade trata-se de um espírito mal-assombrado. A coisa se complica quando estranhos fenômenos começam a assombrar a família, desculpa para Dennis, namorado da mãe das meninas, espalhar cameras por toda casa e constatar que de fato existe algo mais morando com eles.
O primeiro filme até que assusta e o segundo pega o embalo sem o mesmo brilho, mas, este terceiro para mim é uma decepção. Apesar de manter todo climão de suspense e ter duas únicas cenas realmente interessantes, uma da levitação de todos os móveis e utesílios da cozinha e outra onde a tal entidade se esconde dentro de um lençol atrás de uma linda babá, Atividade Paranormal 3 é um filme de terror exageradamente previsível, que só assusta mesmo adolescentes que vão ao cinema em grupo apenas para gritarem juntos. Está claramente visível que a fórmula está totalmente desgastada e os sustos mesmo, só mesmo aqueles provocados por uma plateia lotada de adolescentes ao invés do filme em si.
Mesmo seguindo a regra que o terceiro filme ser o mais fraco da franquia, o novo Atividade Paranormal agradou a crítica, tão acostumada a malhar a franquia (o que motivou assisti-lo no cinema, achando que o filme de fato prometia) e também ao público que lotou as salas do mundo inteiro de tal maneira que fez o filme ser a maior bilheteria de lançamento para um filme de terror/suspense da história do cinema. Algo que, evidentemente, motivou os produtores a anunciar, a menos de uma semana de seu lançamento, que um quarto filme da franquia será produzido e lançado no próximo ano. Vamos ver até quando a falta de criatividade e risadas das situações patéticas ao invés de sustos da franquia irá permanecer. Ninguém merece!
Em síntese, mesmo sem nenhum susto e muita risada de tão ridículas que são as situações apresentadas, Atividade Paranormal 3 é um filminho descartável e desnecessário, mas ideal para ir acompanhado com os amigos ou com aquela mina que você está de olho. Pelo menos a franquia com a fórmula bastante desgastada, tem alguma utilidade.
UMA AGRADÁVEL SUPRESA.
Após quase uma hora do término da sessão das 13:50 do filme de terror nada assustador, foi a vez de assistir um filmaço realmente bom e criativo, na sala 1 do Complexo Kinoplex. Gigantes de Aço, traz o eterno Wolverine, Hugh Jackman, interpretantdo Charlie Kenton, lutador de boxe forçadamente aposentado, que junto com outros lutadores humanos, foi trocado por robôs. Poucos anos depois desta brusca troca, em 2020, Kenton está devendo a Deus e ao mundo, e tenta arrumar grana com robôs sucateados, que só levam trobam nos ringues, fazendo suas dívidas aumentarem cada vez mais. Para completar, uma ex-namorada inventa de morre, fazendo o cara ser chamado pela justiça para cuidar do seu filho Max (Dakota Goyo, ótimo). As coisas começam a mudar quando numa visita noturna ao ferro velho, pai e filho encontram acidentalmente o robô Atom, modelo da 2ª geração de robôs lutadores. Contrariando seu pai, Max leva o robô para casa. Após uma luta arranjada, onde o robôzinho mostra todo seu potencial, pai e filho se aproximam e não somente passam a treinar o robô boxeador, como também passam a conviver.
O filme lembra bastante filmes de boxes, em especial, Rocky, Um Lutador e O Campeão, com uma pitadinha de Falcão, O Campeão dos Campeões. Mesmo assim, o filme é totalmente original, com um roteiro excepcional, muito bem escrito, que envolve e emociona o espectador de tal maneira, que é impossível não torcemos pelas batalhas que Atom encara nos ringues e nos comovemos com a relação do trio. E de quebra, para nós brasileiros, somos presenteados com duas divertidas tiradas, que mencionam o nosso país, a cidade de São Paulo e a família Gracie.
Os efeitos especiais são um show a parte e impressionam. As lutas de robôs são de cair o queixo e são tão reais, que não somente ficam atrás das protagonizadas por Rocky Balboa e companhia, como também dos embates da vida real de lutadores profissionais.
Quem também não ficam atrás são as ótimas atuações de um elenco afiado, onde cada um abraçou o projeto e seus respectivos personagens. Destaque, de um modo especial, para Jackman e Goyo, que além de nos brindar com ótimas atuações, têm um entrosamento perfeito entre eles.
Outro ponto forte do filme são as trilhas sonora e musical, que simplesmente são explêndidas e só cooperam com o nosso envolvimento com a trama, nos emocionando e fazendo-nos vibrar nos momentos certos. A primeira, magistralmente composta e conduzida por Danny Elfman e a segunda, com músicas contagiantes interpretadas por Eminem, 50 Cent, entre outros.
Produzido por ninguém menos que o genial Steven Spielberg, que só reforça e se junta aos pontos positivos citados acima, Gigantes de Aço é um filme excepcional que, disparado, está entre os melhores filmes lançados este ano. Com uma dosagem certa de ação, emoção e humor, um filmaço acima de média, que diverte e empolga. Corra hoje mesmo ao cinema mais próximo de você e confira este filmaço.
Rick Pinheiro.
Cinéfilo.
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