Um divertido tributo à bandidagem.
Já havia comentado em outras ocasiões que o cinema, em especial o nosso, tem uma tendência perigosíssima em criar imagem de mocinhos para criminosos da vida real. Para engrossar a nossa lista que inclui o clássico O Bandido da Luz Vermelha e produções mais recentes como Meu Nome não é Jonhny e VIPs, chegou as telonas na última sexta-feira Assalto ao Banco Central, que eu conferi no começo da tarde de ontem, da sala 6 do Complexo Kinoplex Maceió.
A trama, baseada em fatos reais, mostra uma quadrilha liderada por Barão (Mihem Cortez, que fez Carandiru e também o figuraça capitão Fábio dos dois Tropa de Elite) e patrocinada por um misterioso figurão cheio da grana (Daniel Filho, em pequena participação), que planeja e executa o audacioso assalto ao Banco Central de Fortaleza, levando a quantia absurda de 165 milhões de reais, onde boa parte, até hoje, não foi recuperada.
Apesar de ser baseado em fatos reais, o filme é claramente ficcional, graças a um roteiro repleto de clichês (triângulo amoroso mal resolvido, alguns comparsas que se estranham entre si, etc.) e muito humor, com várias tiradas hilárias. O roteiro ao mesmo tempo é o mérito do filme, mas também sua grave falha, já que pode aparentar uma apologia ao crime. Ao contrário de filmes ficcionais que tem bandidos como heróis (como por exemplo Onze homens e um segredo, e suas continuações), Assalto ao Banco Central tem como fato verídico inspirado simplesmente o segundo maior assalto a banco do mundo. Um perigoso flerte entre ficção e realidade.
O elenco cumpre bem seus respectivos papéis, apesar de nenhuma interpretação marcante. Exceto Vinicius de Oliveira (que estreou no cinema ainda criança, quando emocionou o público na pele do pivete pentelho de Central do Brasil), que rouba a cena e nos diverte como o afetado evangélico Devanildo. A hilária sequência onde um pastor interpretado brilhantemente pelo excepcional Milton Gonçalves convernce Devanildo de doar toda sua bolada a sua igreja e a separação da grana que será doada são simplesmente um show a parte. Conseguir brilhar e ser destaque num elenco de grandes atores como Lima Duarte, Milton Gonçalves, Guilia Gam, Hermila Guedes, entre outros, não é para qualquer um.
A direção do competente televisivo Marcos Paulo, estreando no cinema, fica no meio termo, gerando ótimas sequências como a do assalto ao banco e da prisão dos bandidos, e outras sem sal, como nas desnecessárias conversa ao celular entre a delegada Telma e sua namorada, e a tosca briga entre Barão e Pedro... digo, Mineiro (Eriberto Leão está idêntico ao seu personagem na novela global das nove) que de tão mal feita, não convence ninguém, sendo até mais patética e irreal que as sequências dos Powers Rangers da vida.
Em síntese, como obra ficcional Assalto ao Banco Central é um bom e divertido filme de ação/aventura, que fica na média da maioria dos filmes dos gênero. Em hipótese nenhuma deve ser encarado como obra fiel à realidade, do contrário, poderá ser confundido com um divertido tributo à bandidagem. Com erros e acertos, o filme é razoável e consegue mantêm o ótimo nível de produções, que nos últimos anos o nosso cinema vem obtendo.
Rick Pinheiro.
Cinéfilo.
A trama, baseada em fatos reais, mostra uma quadrilha liderada por Barão (Mihem Cortez, que fez Carandiru e também o figuraça capitão Fábio dos dois Tropa de Elite) e patrocinada por um misterioso figurão cheio da grana (Daniel Filho, em pequena participação), que planeja e executa o audacioso assalto ao Banco Central de Fortaleza, levando a quantia absurda de 165 milhões de reais, onde boa parte, até hoje, não foi recuperada.
Apesar de ser baseado em fatos reais, o filme é claramente ficcional, graças a um roteiro repleto de clichês (triângulo amoroso mal resolvido, alguns comparsas que se estranham entre si, etc.) e muito humor, com várias tiradas hilárias. O roteiro ao mesmo tempo é o mérito do filme, mas também sua grave falha, já que pode aparentar uma apologia ao crime. Ao contrário de filmes ficcionais que tem bandidos como heróis (como por exemplo Onze homens e um segredo, e suas continuações), Assalto ao Banco Central tem como fato verídico inspirado simplesmente o segundo maior assalto a banco do mundo. Um perigoso flerte entre ficção e realidade.
O elenco cumpre bem seus respectivos papéis, apesar de nenhuma interpretação marcante. Exceto Vinicius de Oliveira (que estreou no cinema ainda criança, quando emocionou o público na pele do pivete pentelho de Central do Brasil), que rouba a cena e nos diverte como o afetado evangélico Devanildo. A hilária sequência onde um pastor interpretado brilhantemente pelo excepcional Milton Gonçalves convernce Devanildo de doar toda sua bolada a sua igreja e a separação da grana que será doada são simplesmente um show a parte. Conseguir brilhar e ser destaque num elenco de grandes atores como Lima Duarte, Milton Gonçalves, Guilia Gam, Hermila Guedes, entre outros, não é para qualquer um.
A direção do competente televisivo Marcos Paulo, estreando no cinema, fica no meio termo, gerando ótimas sequências como a do assalto ao banco e da prisão dos bandidos, e outras sem sal, como nas desnecessárias conversa ao celular entre a delegada Telma e sua namorada, e a tosca briga entre Barão e Pedro... digo, Mineiro (Eriberto Leão está idêntico ao seu personagem na novela global das nove) que de tão mal feita, não convence ninguém, sendo até mais patética e irreal que as sequências dos Powers Rangers da vida.
Em síntese, como obra ficcional Assalto ao Banco Central é um bom e divertido filme de ação/aventura, que fica na média da maioria dos filmes dos gênero. Em hipótese nenhuma deve ser encarado como obra fiel à realidade, do contrário, poderá ser confundido com um divertido tributo à bandidagem. Com erros e acertos, o filme é razoável e consegue mantêm o ótimo nível de produções, que nos últimos anos o nosso cinema vem obtendo.
Rick Pinheiro.
Cinéfilo.
Delegada Telma (Guilia Gam) e sua equipe de policiais federais. Parece Nascimento e cia, em Tropa de Elite, mas não é. |
"Dou ou não dou? Eis a questão!" Vinicius de Oliveira rouba a cena em divertidíssima sequência. |
"Quem quer dinheiro?" Fábio Lago não é Sílvio Santos, mas o figuraça Caetano. Mais um divertido personagem da sua carreira. |
Agente de saúde: casa certa, mas na hora e no momento errado. |
Empresa fachada que a quadrilha criou para despistar os vizinhos. |
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