Como já comentei em outras postagens, um sub-gênero dos filmes de terror que eu não curto muito é o conhecido pseudo-documentário, ou seja, filmes, de baixo orçamento, quase que improvisado, que graças a uma campanha de marketing, passam a falsa imagem de ser um produto real. Com o estrondoso sucesso no ano passado de Atividade Paranormal, além da inevitável continuação, outras produções pegaram carona e estão chegando com força total aos cinemas. Da semana passada até hoje, assistir três filmes deste sub-gênero, que eu passo a comentar a partir de agora.
O primeiro é [Rec]. Com a estreia da continuação nos cinemas, como eu não tinha assistido o primeiro, marquei a minha volta a vídeo-locadora, com este filme espanhol de 2007, que conquistou o mundo inteiro, principalmente os Estados Unidos, que não perderam tempo e lançaram no ano passado o remake Quarentena. Na trama, uma equipe de TV está fazendo uma reportagem sobre o Corpo de Bombeiros de Barcelona, que recebe uma chamada num prédio. Ao chegarem lá, o prédio é isolado, pois alguns dos moradores estão contaminados por um vírus que os tornam violentos irracionais (leia-se: zumbis). O filme é regular, com ausência de interpretações (praticamente os atores estão sendo eles mesmo, uma das características de filmes deste sub-gênero) e erros grosseiros no roteiro (uma das cenas, a repórter pede ao cameraman para rever um dos ataques e nós revemos a cena, algo totalmente incoerente. Em compesação, o filme consegue manter o suspense, prendendo atenção. A curta duração (1h e 10 minuto), torna o filme com um ritmo ágil, não cansando o espectador, tornado esta tosca produção espanhola acima da média dos filmes deste sub-gênero.
Após conhecer o primeiro filme, fui na quarta-feira passada ao Cine Farol, assistir [Rec] 2 - Possuídos. A história começa onde o outro terminou. Horas depois do prédio ter sido isolado, um grupo de policiais de elite entram, para resgatar possíveis sobreviventes. Dentro do prédio descobrem que a tal contaminação na verdade trata-se de (pasmen, caros internautas), possessão demoníaca. Pelo roteiro que mistura zumbis e exorcismo, não preciso dizer que a continuação é bastante inferior ao original, sendo um filme descartável. Apesar de passar a imagem de ser material real, os dois filmes espanhóis, não convence de tão absurdo que é o roteiro. Mas o primeiro ainda consegue prender atenção, graças ao suspense barato e alguns sustos. Já este segundo filme, é tão patético e ridículo, que você fica torcendo para acabar logo. E a tendência é piorar, já que o final de [Rec] 2, dar um enorme gancho para continuação. Resta a mórbida curiosidade: depois de possessão que se pega por mordida e arranhão dos possuídos, que absurdo está reservado para [Rec] 3? Com certeza, pior que está, vai ficar sim.
Hoje foi a vez de ir ao Cine Maceió, para assistir a continuação de Atividade Paranormal, o grande fenômeno de bilheteria do ano passado, uma das produções mais lucrativas da história do cinema (orçamento pífio + bilheteria altíssima). O primeiro filme chega até prender atenção, na história de um jovem casal, que passam por experiências sobrenaturais inexplicáveis. Com suspense e sustos na dosagem certa, o filme chega até ser interessante, e para mim, que não sou muito fã deste tipo de filme, reconheço que este é o "menos ruim" deste gênero.
Já a continuação, como via de regra, é inferior ao primeiro, com erros grotescos no roteiro (no primeiro, pelo menos o rapaz é um viciado em seu novo brinquedinho, no caso a câmera, ao contrário do segundo, que a câmera fica ligada até entre diálgo entre pai e filha), com poucos sustos, com várias cenas monótonas, sendo tão entediante, que muitos momentos, principie um cochilo. Se não fosse a cafeína da coca-cola que tomei, achou que não tinha conseguido. Assim como o [Rec] 2, Atividade Paranomal 2, dar um gancho enorme para a continuação, algo que com certeza teremos, já que o filme estreiou com recorde de bilheteria nos Estados Unidos e por aqui.
Em síntese, pelas duas continuações lançadas no cinema, é claramente percebível que este sub-gênero já está dando sinais de desgaste e não tem nada de novo para dizer. Mas enquanto houver público para este tipo de filmes, ainda seremos invadidos, por mais algum tempo, por produções faz de conta medíocres, que só entediam e pouco assustam.
Rick Pinheiro.
Cinéfilo.
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