Antes de postar os meus comentários que mostram as divergências entre Catolicismo e doutrina espírita, exponho como cinéfilo a minha opinião sobre o filme Nosso Lar.
O filme narra a história de André Luiz, um médico, que morre, descobrindo que existe vida após a morte. A trama é bem escrita, mas com alguns furos no roteiro, inexplicáveis. Como obra de ficção até que é plausível. Para quem já se acostumou ao ouvir som no espaço em filmes como os da série Star Wars, notebook no outro lado da vida não supreende.
As interpretações são péssimas, sendo o ponto mais fraco do filme. Mesmo contando com ótimos e consagrados atores como Othon Bastos e Paulo Goulart, não convence. Todo elenco parece que está fazendo um monótono discurso da doutrina espírita, com o mesmo tom de um médium numa sessão espírita. E não me venham dizer que todo elenco é médium estava incorporando espíritos, para justificar as péssimas interpretações. Simplesmente trata-se aqui da mais pura e conhecida canastrice. Tenho certeza que nem se o ator de pornô alagoano de 18ª categoria Lobão fizesse um filme do gênero chamado Nosso Bar, sobre o homônimo antigo prostíbulo maceionse, teria interpretações tão insossas como nesta milionária produção espírita.
Se o roteiro e as interpretações não são das melhores, em relação a parte técnica o filme é excelente, com efeitos especiais de primeira qualidade, nunca vistos no cinema nacional. Estes efeitos foram produzidos num estúdio canadense, responsável por sucessos norte-americanos, como o filme Watchmen. O feito histórico em nosso cinema se deu graças ao orçamento milionário e fora do comum para os padrões do cinema nacional.
Curiosamente, quem assiste filme nacional, fica irritado pois antes de todo filme, temos um longo e penoso tempo de até 02 minutos para mostrar as logomarcas dos inúmeros patrocinadores. Mas em Nosso Lar, isso não acontece, e são exibidos em menos de 30 segundos, um recorde para o nosso cinema. Apesar do orçamento caríssimo, o filme teve poucos patrocinadores, sendo o maior deles, a Federação Espírita do Brasil. Em troca, os espíritas tiveram um produto de luxo perfeito para difundi sua doutrina e atrair novos adeptos.
Sugiro que acessem esta reportagem e saibam um pouco mais da produção milonária deste filme: http://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2010/09/nosso-lar-chega-aos-cinemas-com-alto-orcamento-e-grande-expectativa.html
Em síntese, como obra de ficção, Nosso Lar, até que é um filme razoável, agrada aos olhos do espectador e chega até divertir em alguns momentos. Mas do ponto de vista religioso, eu não recomendo para aqueles que não têm conhecimento e convicção plenas da sua própria Igreja, pois correm o risco de, diante de um produto tão bem feito tecnicamente, aderirem como verdade de fé algo que notavelmente é pura ficção. Nota: 4,5.
Exagero da minha parte? Com certeza, não. O fato é que se existem pessoas que tem com verdade de fé a Força da série Star Wars, e outras que acreditam que o ex-jogador Maradona é verdadeiramente deus, imaginana o que um filme patrocinado por uma crença religiosa que tem mais de 1 milhão de adeptos, pode fazer?
Exagero da minha parte? Com certeza, não. O fato é que se existem pessoas que tem com verdade de fé a Força da série Star Wars, e outras que acreditam que o ex-jogador Maradona é verdadeiramente deus, imaginana o que um filme patrocinado por uma crença religiosa que tem mais de 1 milhão de adeptos, pode fazer?
Rick Pinheiro.
Cinéfilo.
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